segunda-feira, 18 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Pregamos um Crucificado”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Aliança dos mandamentos 
Deus cuida de seus filhos com carinho. As alianças feitas com seu povo sempre foram para seu benefício. Deus não faz uma aliança para colocar um peso. Mesmo os momentos em que cobra fidelidade e dá os castigos, nunca deixa de manifestar sua misericórdia. Quando estabeleceu a aliança com o povo no Sinai, faz uma lei de defesa para que pudesse viver em paz e segurança. A aliança é também um compromisso para o bem viver. Deus é bom e quer que seus parceiros na aliança sejam bons e estabeleçam um mundo bom. A lei da aliança do Sinai se refere ao relacionamento com Deus e com os amados Dele. “A lei do Senhor é perfeita” (Sl 18). Ela sustenta a vida do povo. São três os mandamentos referentes a Deus e a seu culto. Os outros sete são indicações do bem viver e se referem às necessidades fundamentais: Coloca em primeiro lugar o relacionamento com os pais, na família, onde se vive a aliança. A partir desse mandamento, coloca o respeito à vida, ao matrimônio, aos bens dos outros, à fama das pessoas. Esse respeito deve ser interior, de pensamento. A aliança se faz para o bem de todos. A nova aliança se faz em Jesus que é o novo templo da presença de Deus. A fé, como a aliança, se faz no coração. Ele conhecia o homem por dentro (Jo 2,25). No desenvolvimento das alianças, vamos encontrar em Jeremias a aliança feita no coração. A nova aliança será feita em Jesus, em seu corpo oferecido para selar a aliança. Não é um milagre nem um escândalo. Cristo crucificado é poder e sabedoria de Deus, mais forte que os homens. É esse que pregamos. 
O sim de Deus em Cristo
A Quaresma prepara-nos para a celebração desse momento em que acolhemos a presença do mistério da Aliança em Cristo que nos uniu a Deus por meio de um sacrifício perfeito. Perfeito porque feito pelo Filho de Deus que Se entregou totalmente. O Pai entrega o Filho para a vida do mundo e o Filho amado acolhe a vontade do Pai e se oferece, pois veio para fazer sua vontade (Jo 6,38). Nessa aliança temos o sim de Deus que dá seu Filho para nossa redenção, é o sim de Cristo que Se entrega ao Pai. Seu sim responde é o sim de toda humanidade que está unida ao seu Redentor e Nele dá a resposta ao Pai. Corremos o risco de celebrar a Quaresma e a Páscoa somente nos ritos exteriores e devocionais. São bons e necessários, mas não é só isso. Talvez seja isso que afasta as pessoas, mesmo religiosas, das celebrações. O que nos encanta é a ação de Deus que é conteúdo a tudo o que fazemos. A devoção, em suas muitas forças, não preenche a necessidade que temos de um encontro mais profundo. Isso pode decorrer da falta de compreensão do que seja celebrar. É tornar presente, de forma sacramental – simbólica o mistério que celebramos. Estamos envolvidos e assim damos nosso sim. 
Purificando o templo 
Na ressurreição de Jesus, rasgou-se o véu do templo de alto a baixo (Mt 27,51). Esse véu fechava o lugar santo. Ali só entrava o Sumo Sacerdote uma vez por ano. Com a morte e ressurreição de Jesus, o lugar santo está totalmente aberto. Quando Jesus profetiza: “Destruí esse templo e Eu o levantarei em três dias”... estava falando do Templo de seu corpo (Jo 2,19.21), estava abrindo o total relacionamento com Deus, aberto para todos. Quando o soldado, com o golpe de lança, abriu seu coração, esse templo está aberto para todos. Desse coração corre a fonte de água e sangue, Batismo e Eucaristia. Essa declaração vem depois da purificação que Jesus fez do templo, expulsando o comércio aí realizado. Essa passagem leva-nos também a purificar o uso que fazemos desse templo de Deus, que está dentro de nós. Igualmente a Igreja necessita de contínua purificação. Hoje mais ainda.

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