Em sua Exortação
Apostólica o Papa Francisco se dedica, agora, à bem-aventurança da paz.
“Felizes os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). “Esta bem-aventurança faz-nos pensar nas numerosas situações de guerra
que perduram”, diz ele. Mas as guerras grandes continuam e nós promovemos as
guerras pequenas que destroem os ambientes, a convivência e matam tantas
esperanças. Somadas essas briguinhas, dá uma guerra mundial. Da nossa parte é
muito comum sermos causa de conflitos ou, pelo menos, de incompreensões (GE 87). Como sabemos, o Papa é inimigo da fofoca, da maledicência, da
murmuração, sobretudo na Igreja. Quando lemos seus escritos tão simples, mostra
que quer vida e não teorias. Sabemos como pessoas têm prazer em causar confusão
destruindo a paz. As grandes guerras vão se formando de pequenas coisas,
provocações, desentendimentos propositais etc... Os interesses são maiores que
os argumentos. É um pequeno fósforo que ateia um grande incêndio. Mas sabemos
que o ambiente já era propício. Para um campo seco, basta uma fagulha. Nós
temos facilidade de levar aos outros o que nos disseram e, com aumento do
assunto e com acréscimo. Não podemos
pensar nas grandes guerras. Essas nascem de pequenos conflitos e choques de
interesses. A ganância é exageradamente grande. Por que sacrificar um povo com
tantas mortes, sobretudo de inocentes, quando eles não têm a ver com os
interesses dos grandes?
2131. Construtores da
paz
Diz o Papa Francisco:
“Os pacíficos são fonte de paz, constroem paz e amizade social. Àqueles que
cuidam de semear a paz, Jesus faz-lhes uma promessa maravilhosa: ‘serão
chamados filhos de Deus’” (Mt
5,9). Percebemos que uma pessoa agitada, descontrola o ambiente. Por isso
Jesus disse aos discípulos que, ao chegarem a uma casa, dissessem: “A paz
esteja nesta casa!” (Lc 10,5). Quem vive em paz,
transmite a paz aonde chega. Todos se sentem bem e à vontade. Um animal feroz
nos distancia. Paulo exorta a procurar, juntamente “com todos”, a paz (2Tm 2,22)
(GE 88). Se é para tirar a paz das pessoas, não
se deve levar adiante o que a destrói (Rm 14,19), porque a unidade é
superior ao conflito. E mesmo a verdade pode e deve ser dita com palavras de
paz. A verdade não precisa ser grosseira, pois a verdade não tem sentimentos.
Não precisamos colocar nela nossos sentimentos. Muitos gostam daa
agressividade. Não é bom caminho. Até os animais aceitam ser bem tratados.
2132. Eu vos dou a paz
Já de muito se diz:
“Paz não é ausência de guerra”. Há muitos tipos de situações onde não há
guerras, mas também não há paz. Paz está dentro de cada um que a semeia por
onde passa, não excluindo ninguém. O Papa Francisco lembra: “Não é fácil
construir esta paz evangélica que não exclui ninguém; antes, integra mesmo
aqueles que são um pouco estranhos. É difícil, requerendo uma grande abertura
da mente e do coração... não pretende
ignorar ou dissimular os conflitos, mas «aceitar suportar o conflito, resolvê-lo
e transformá-lo no elo de um novo processo” (GE 89). Jesus disse
aos discípulos: “Eu vos dou a paz, não como mundo a dá” (Jo 14,27). “Trata-se de ser artesão da paz, porque construir a paz é uma arte que
requer serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza. Semear a paz ao
nosso redor: isto é santidade” (GE 89).
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