terça-feira, 15 de maio de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Aprendendo com dos pássaros e das flores”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
Um Deus que é Mãe
Jesus, ao dar início a sua missão, ensina o caminho da vida para seus discípulos. Por em prática suas palavras é construir a casa sobre a rocha. Nada a destruirá. A rocha é Deus que é o fundamento e a segurança de todas as coisas, “pois Ele é meu rochedo, salvação e a fortaleza onde encontro segurança. Só em Deus minha alma tem repouso” (Sl 61.3). Quando o Papa João Paulo I falou que Deus era também Mãe, houve um susto. Como pode Deus ser Pai e Mãe? O Papa Sorriso queria dizer que o Pai tem também sentimentos como de uma mãe em sua preocupação para conosco. É bom ser amado e colocado ao colo para a proteção e o carinho. Isaias já nos falava nestes termos para que ninguém se sentisse abandonado. Até diz que uma mãe pode se esquecer do filhinho, o que é quase impossível de acontecer. Mesmo que acontecesse, Deus diz: “Eu não me esquecerei de ti”(Is 4915). Uma mãe não esquece o filho porque é como uma parte de seu corpo com o qual tem permanente ligação. Assim é o relacionamento de Deus conosco. Estamos ligados a suas entranhas divinas. Seu amor é total por cada um, não se divide por amar todos. Ele nos conhece pelo nome; “Chamei-te pelo nome. Tu és meu” (Is 43,1). Este Pai tem um amor ciumento e não divide essa predileção, por isso Jesus diz: “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6,24). Como Deus é sempre fiel em Seu amor, a nós cabe total fidelidade. Se cobramos a presença deste Pai, Sua proteção e cuidado, devemos também ter o mesmo cuidado de presença e atenção para com Ele. Deus não é uma muleta que temos para nossos momentos ruins. Ele penetra nossa vida e dá vida a tudo que somos e temos.
Deus cuida de tudo e de todos
            Viver protegido pela rocha não é acomodação, mas uma atitude inteligente de vida. Jesus põe como modelo os passarinhos e as flores. Eles não precisam se preocupar com o alimento, nem com a beleza de sua roupa. Salomão não conseguiu tanta beleza com toda a riqueza que possuía. Ninguém aumenta uns metros de sua vida só por pensar na comida e na roupa. Notemos aqui que essas propostas são as tentações fundamentais da vida: pão, o poder e o prazer. O sentido da vida não está nas coisas de que necessitamos, mas na vida que colocamos em tudo que pensamos, fazemos e vivemos. A preocupação com o Reino exige de nós colocarmos em prática suas exigências, preocupando-nos com o dia de hoje. Paulo diz que somos administradores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1). Administramos Seu grande mistério de amor que comunicamos em nossas atitudes de serviço e amor.
O sentido da vida
            Pelo fato de Deus cuidar de tudo e de todos, não é acomodação por preguiça ou por moleza. A proposta do evangelho nesse discurso da montanha é completa: “Buscai o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dada por acréscimo” (Mt 6,31). Por isso rezamos sempre no Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”. Buscar o Reino de Deus é aceitar Jesus como opção fundamental e levar Seu Evangelho às últimas consequências. Se colocarmos os princípios do Evangelho em prática, teremos a beleza dos pássaros e das flores e saberemos viver até o último minuto com plenitude realizando nossa missão. A Palavra de Deus vai nos ajudar a discernir sobre nossas atitudes, pois quem ouve Palavra de Deus e a põe em prática é semelhante ao homem que construiu a casa sobre a Rocha. É inútil se fixar no que é passageiro. A celebração dominical sacia nossa sede e alimenta nossa fome de Deus. Nela aprendemos a acolher o Reino.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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