Jesus, ao dar início a
sua missão, ensina o caminho da vida para seus discípulos. Por em prática suas
palavras é construir a casa sobre a rocha. Nada a destruirá. A rocha é Deus que
é o fundamento e a segurança de todas as coisas, “pois Ele é meu rochedo,
salvação e a fortaleza onde encontro segurança. Só em Deus minha alma tem
repouso” (Sl 61.3). Quando o Papa João Paulo I falou que Deus era também Mãe,
houve um susto. Como pode Deus ser Pai e Mãe? O Papa Sorriso queria dizer que o
Pai tem também sentimentos como de uma mãe em sua preocupação para conosco. É
bom ser amado e colocado ao colo para a proteção e o carinho. Isaias já nos
falava nestes termos para que ninguém se sentisse abandonado. Até diz que uma
mãe pode se esquecer do filhinho, o que é quase impossível de acontecer. Mesmo
que acontecesse, Deus diz: “Eu não me esquecerei de ti”(Is 4915). Uma mãe não esquece
o filho porque é como uma parte de seu corpo com o qual tem permanente ligação.
Assim é o relacionamento de Deus conosco. Estamos ligados a suas entranhas
divinas. Seu amor é total por cada um, não se divide por amar todos. Ele nos
conhece pelo nome; “Chamei-te pelo nome. Tu és meu” (Is 43,1). Este Pai tem um
amor ciumento e não divide essa predileção, por isso Jesus diz: “Ninguém pode
servir a dois senhores” (Mt 6,24). Como Deus é sempre fiel em Seu amor, a nós
cabe total fidelidade. Se cobramos a presença deste Pai, Sua proteção e
cuidado, devemos também ter o mesmo cuidado de presença e atenção para com Ele.
Deus não é uma muleta que temos para nossos momentos ruins. Ele penetra nossa
vida e dá vida a tudo que somos e temos.
Deus cuida de tudo e de todos
Viver protegido pela rocha não é
acomodação, mas uma atitude inteligente de vida. Jesus põe como modelo os
passarinhos e as flores. Eles não precisam se preocupar com o alimento, nem com
a beleza de sua roupa. Salomão não conseguiu tanta beleza com toda a riqueza
que possuía. Ninguém aumenta uns metros de sua vida só por pensar na comida e
na roupa. Notemos aqui que essas propostas são as tentações fundamentais da
vida: pão, o poder e o prazer. O sentido da vida não está nas coisas de que
necessitamos, mas na vida que colocamos em tudo que pensamos, fazemos e
vivemos. A preocupação com o Reino exige de nós colocarmos em prática suas
exigências, preocupando-nos com o dia de hoje. Paulo diz que somos
administradores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1). Administramos Seu grande
mistério de amor que comunicamos em nossas atitudes de serviço e amor.
O sentido da vida
Pelo fato de Deus cuidar de tudo e
de todos, não é acomodação por preguiça ou por moleza. A proposta do evangelho
nesse discurso da montanha é completa: “Buscai o Reino de Deus e sua justiça, e
todas essas coisas vos serão dada por acréscimo” (Mt 6,31). Por isso rezamos
sempre no Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”. Buscar o Reino de Deus é
aceitar Jesus como opção fundamental e levar Seu Evangelho às últimas
consequências. Se colocarmos os princípios do Evangelho em prática, teremos a
beleza dos pássaros e das flores e saberemos viver até o último minuto com
plenitude realizando nossa missão. A Palavra de Deus vai nos ajudar a discernir
sobre nossas atitudes, pois quem ouve Palavra de Deus e a põe em prática é
semelhante ao homem que construiu a casa sobre a Rocha. É inútil se fixar no
que é passageiro. A celebração dominical sacia nossa sede e alimenta nossa fome
de Deus. Nela aprendemos a acolher o Reino.
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