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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Houve
quem comentasse sobre a presença de Jesus na Eucaristia. Às vezes a hóstia é tão
pequena. A pessoa respondeu: “O amor não precisa de espaço”. O mundo sempre
apreciou seus deuses grandiosos. Quando Deus se fez um de nós, assumindo nossa
carne para se manifestar, chocou seu povo que não O aceitou por ser pequeno. É demais para
quem quer grandeza, um Deus criança tão frágil.
Deus não é um acontecimento da imaginação ou de fadas ou de uma historinha. É
um fato histórico, acontecido em um dia, com a presença de pessoas que deram o
testemunho. Ele não é um homem que foi divinizado, nem uma idéia que gerou uma
narrativa simbólica. João Evangelista escreve em sua carta: “Aquele que era
desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que
contemplamos, e nossas mãos apalparam do Verbo da vida - porque a vida
manifestou-se: nós vimos e damos testemunho e vos anunciamos esta vida eterna
que estava com o Pai e apareceu a nós – o que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos”
(1Jo 1,1-3). João
conta um fato que testemunhou, tocou e viu. Este estava junto do Pai e apareceu
e se manifestou a nós para gerar comunhão com Deus em sua pessoa. A Encarnação
de Jesus é um fato, como outros fatos que aconteceram na história, e nós
acreditamos. Jesus se fez presente em nossa condição humana, frágil, pequena e
até sem expressão. Por isso foi recusado, pois gostamos de grandiosidades
mirabolantes, mesmo que sejam inventadas. Às vezes acreditamos em teses
modernas, como certos livros de grande vendagem, e não acreditamos nos
testemunhos dos que viram ao vivo ou receberam de seus próximos que puderam
testemunhar. No mínimo é falta de critério.
1039. Deus entre nós
A
história o afirma, a fé o confirma: Deus se fez presente entre nós. É o maior
acontecimento de todos os tempos da história. É o sentido pelo qual existem o
mundo e a história. Não precisamos saber como foi feito o mundo, mas sabemos
por que foi feito: Para que Deus viesse até ele para nos dar a participar de
sua Vida, que é o sentido de tudo. Esse mistério é de total importância. Se nós
o desconhecermos, Deus não desconhecerá e sempre estará aberto ao encontro com
Ele. Como seria bom se soubéssemos perceber mais e melhor este mistério da
Encarnação. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e nós vimos sua glória,
como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade” (Jo, 1,14).
1040. Um caminho para
a vida
A presença de Deus no mundo é um
fato, mas é também um caminho de vida, pois nosso modo de viver tem que
corresponder a este mistério revelado: Quanto mais Deus penetra nossa vida,
mais nós penetramos a sua. Deus caminha em direção ao homem, e nós caminhamos
em direção a Ele. E, do mesmo modo participamos dos planos de Deus de mostrar
amor e vida aos mais abandonados. A espiritualidade do Advento nos convida a
buscar sempre mais as opções de Jesus para podermos continuar sua vida.
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