quinta-feira, 8 de junho de 2017

EVANGELHO DO DIA 8 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja 
«Avisos e Máximas» (121-143 in trad. Seuil 1945, p. 1199) 
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma [...] e com todas as tuas forças»
A força da alma reside nas suas potências, nos seus impulsos e nas suas faculdades. Se a vontade os volta para Deus e os mantém longe de tudo o que não é Deus, a alma reserva para Ele todas as suas capacidades, e ama com todas as suas forças, como o próprio Deus lhe ordena. Buscar-se a si mesmo em Deus é buscar as doçuras e consolações de Deus, e isto é contrário ao puro amor de Deus. É um grande mal preferir os bens de Deus ao próprio Deus, à oração e ao desprendimento. 
Há muitos que procuram em Deus consolações e gostos, e desejam que Sua Majestade os encha dos seus favores e dons, mas o número dos que se esforçam por Lhe agradar e Lhe oferecer algo de si mesmos, rejeitando qualquer interesse próprio, é muito pequeno. São poucos os homens espirituais, mesmo entre os que temos por muito avançados na virtude, que conseguem uma perfeita determinação de fazer o bem. Não chegam nunca a renunciar por completo a si mesmos em algum aspeto do espírito do mundo ou da natureza, nem a desprezar aquilo que se pensará ou dirá deles, quando se trata de cumprir, por amor a Jesus Cristo, as obras da perfeição e do desprendimento. [...] 
Aqueles que amam só a Deus não caminham nas trevas, por muito pobres e privados de luz que possam considerar-se. [...] A alma que, no meio das securas e abandonos, mantém sempre a sua atenção e solicitude em servir a Deus poderá sofrer, poderá temer não conseguir, mas, na realidade, oferecerá a Deus um sacrifício de agradável odor (Gn 8,21). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário