Alexandra viveu na segunda metade do século IV. As primeiras informações que se tem sobre ela são encontradas em Paladio de Helenópolis (363 - ca. 437) na “Historia Lausiaca”. Também a matrona romana Santa Melânia a Jovem (383-439), faz menção a ela e conta a visita feita à reclusa. Nos primeiros séculos da Igreja os penitentes sentiam a necessidade de encontrar formas de mortificação do corpo para purificar sempre mais o espírito, para assim chegar a uma união mais íntima com Deus, sem distrações decorrentes das necessidades materiais e os cuidados com o corpo. Assim, aqueles cristãos buscavam formas de penitência que hoje nos parecem incompreensíveis, como viver sobre uma coluna, em uma gruta, no deserto, sem falar com ninguém, ou como no caso de nossa Santa, de se recolher em um ambiente exíguo, com apenas uma pequena abertura para que o alimento pudesse ser introduzido por almas caridosas, com jejuns mais ou menos forçados. Condições de vida que hoje chamaríamos de “extremas” tinham como resultado que às vezes a existência do penitente era curta. Alexandra foi uma destas figuras de eremitas, já rara por se tratar de uma mulher. Ela nasceu no Egito, era uma jovem criada que, perseguida pelas importunidades de um jovem, preferiu se encerrar em uma espécie de túmulo, não muito distante de Alexandria. Uma simples janela como abertura era utilizada para que lhe dessem alimento. Ela viveu nestas condições por dez anos, até sua morte, ocorrida no dia 14 de fevereiro, muito jovem, presumivelmente com trinta anos. Santa Melânia a Jovem (vide um relato de sua vida neste blog, em 31 de dezembro de 2011), que a tinha visitado, informa que Alexandra havia deixado o mundo para fugir das tentações vindas de um homem, acreditando assim salvar a sua alma e a alma de outros. Ela empregava seu tempo rezando, trabalhando e meditando sobre a vida dos patriarcas, profetas, apóstolos e mártires. Ela fiava o linho e rezava as horas canônicas. Em um “Sinassario” podemos ler que Santa Melânia a servia, isto é, levava alimento e bebida para a reclusa, vestida com um capuz de criada, e esta obra de misericórdia ela estendia também aos outros penitentes do lugar.
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