Já há tempo refletimos sobre a Exortação do Santo Padre, Papa Francisco
sobre o matrimônio – Amoris Laetitia – A
Alegria do Amor. No capítulo sexto, nº 241-152, trata do divórcio. É
interessante e comovente o carinho e o respeito que o Papa devota aos
divorciados e separados. Sempre procura o
lado positivo. Não condena, mas estimula a viver bem e chama a comunidade
apoiar em todas as circunstâncias. Não nega a indissolubilidade do matrimônio,
mas sabe entender a situação de cada um, sempre com misericórdia e numa atitude
curativa. Os separados e divorciados recebiam um tratamento de pecador público.
Há um sentimento comum, e há os que assim dizem, que os separados não podem
comungar. Podem sim. Outra é a situação do recasados. Estamos diante de uma das
grandes polêmicas do momento. Grupos conservadores têm maltratado o Papa. Seria
bom ler o texto na íntegra, pois é muito rico. Resumindo diz que há casos em que
é inevitável separação. Por exemplo: injustiça, violência, defesa dos filhos,
exploração, indiferença... Diz: “Mas deve ser considerado um remédio extremo,
depois que se tenham demonstradas vãs todas as tentativas razoáveis!” (AL 141). Diz também:
“As pessoas divorciadas que não voltaram a casar devem ser encorajadas a
encontrar na Eucaristia alimento que a sustente nesse seu estado” (AL 243). A comunidade
deve dar apoio, sobretudo se há pobreza. Mais ainda, diz que os divorciados
“devem sentir que fazem parte da Igreja e
não estão excomungados”(AL 243). Isso não
destrói a doutrina sobre o casamento.
1847.
Soluções
Além de ser sensível ao sofrimento das pessoas
separadas, é sensível também à solução da situação através da declaração da
nulidade. Não anula o casamento. Declara que foi nulo. Os fiéis têm direito à
justiça. A pastoral familiar deve entrar na questão dos divorciados, pois seu
número cresce dia a dia. Por ai vemos a necessidade de preparar o casamento.
Para muitos que se casam na Igreja, o que vale é só o espetáculo. Nas
separações o Papa lembra que os filhos não podem ficar reféns da situação. Não
sejam usados. “É irresponsável arruinar a imagem do pai ou da mãe para
monopolizar o afeto do filho, se vingar ou defender... isso provocará feridas
difíceis de curar” (AL
145). Os pais divorciados devem ser integrados na comunidade para
continuarem a educação religiosa dos filhos. A assistência religiosa pode curar
as feridas (AL 246).
1848.
Situações complexas
Lembra
ainda o documento papal a questão dos casamentos mistos: católico com
evangélicos ou com não batizados. São os casamentos mistos. O Papa diz que “se
convém valorizar quer pelo seu valor intrínseco, quer pela ajuda que podem dar
ao movimento ecumênico” (AL
247). A respeito da comunhão dos cônjuges, sigam-se
as normas já dadas pelo Conselho da Unidade dos Cristãos em 25 de março de
1993. Quanto aos casamentos com não batizados, “eles representam um lugar
privilegiado de diálogo inter religioso” (AL 247-248).
Quanto a esses, pedem que a liberdade religiosa seja respeitada. Com respeito
às situações pessoais de outras tendências, a Igreja pede respeito e é contra
toda discriminação. Não se pode fazer a equiparação com desígnio de Deus sobre
o matrimônio e a família (AL
251). Cada um, em sua condição e situação pessoal, é
chamado a fazer um caminho de santidade que não é de repressão, mas libertação.
Refere-se por fim aos filhos onde falta o pai ou a mãe. A comunidade deve ser a
família ampliada que dá suporte e afeto. Lembra as famílias pobres que sofrem
com uma morte ou separação sejam apoiadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário