quarta-feira, 1 de junho de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Dia que o Senhor fez para nós”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Manifestou-se a testemunhas escolhidas
            O texto do evangelho é uma catequese sobre a ressurreição de Jesus para a comunidade que vivia um momento de crise de fé. Maria Madalena e Pedro são símbolos da dúvida e da incredulidade. Maria procura um corpo. Pedro não tinha compreendido. Na casa de Cornélio Pedro já não tem dúvida: “E nós somos testemunhas!”... “Nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (At 10,40-41). A Ressurreição o traz vivo, pois se alimenta. Um espírito não come, diz Jesus. Pode ser tocado, como o faz Tomé. Nossa fé se baseia na fé dos apóstolos que O viram.  As “testemunhas escolhidas de antemão por Deus” garantem nossa fé. Jesus mandou que anunciassem: “E mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Deus O constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,42). A ressurreição se dá no primeiro dia da semana, para nós, no domingo (domingo significa dia do Senhor). É o primeiro dia da nova criação. O mundo é recriado. Os panos que envolveram Jesus são testemunho de que ele esteve ali e ressuscitou. Se tivesse sido roubado, os panos não estariam ali e nem em ordem. Ao dizer dobrado, quer dizer murcho, como um invólucro que foi esvaziado sem ser aberto. A comunidade, como Madalena, ainda caminhava na noite. Sem a fé não é possível crer na Ressurreição. Buscamos provas da verdade. Mas que provas necessitamos mais para nossa fé, depois da Ressurreição de Jesus? A Ressurreição traz uma verdade fundamental: “Morrendo destruiu a morte, ressurgindo, deu-nos a vida” (prefácio). Participamos desta vida aceitado o testemunho dos apóstolos e professando a fé. A comunidade vive também da fé. Ela se reúne porque crê na Ressurreição Jesus. Deus nos deu este dia da Ressurreição para que o vivamos na alegria. Sem a Ressurreição a comunidade não se sustenta.
Passou entre nós fazendo o bem
            Lucas, nos Atos dos Apóstolos, relata a abertura aos pagãos. Cristo vive para todos. Pedro dá o testemunho sobre Jesus na casa de Cornélio, um pagão. Pedro sintetiza o anúncio sobre Jesus começando do Batismo em que foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder; Ele andou por toda parte fazendo o bem; Os judeus o mataram pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se às testemunhas escolhidas; Jesus mandou pregar ao povo. Esta síntese é o anúncio que faziam os apóstolos. Chama a atenção a atitude permanente de Jesus de fazer o bem. Nisto está a consistência de sua vida, “pois Deus estava com Ele” (At.10,38).
Vida nova escondida em Deus
A celebração do Mistério Pascal de Cristo não é só um rito, mas um “compromisso solene de uma boa consciência para com Deus, pela Ressurreição de Jesus Cristo” (1Pd 3,21). Quer dizer que envolve uma participação pessoal. Rezamos: “Celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova” (coleta). Participamos da Ressurreição pela celebração dos sacramentos pascais. Deve haver um esforço: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto... Aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo em Deus” (Cl 3,2-3). “Renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição” (Or. pós-comunhão). Na Eucaristia há uma renovação: “É o Sacrifício pelo qual a vossa Igreja renasce e se alimenta (Or. sobre as oferendas)”, “neste dia que o Senhor fez para nós”

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