Evangelho segundo S. Marcos 12,18-27.
Naquele
tempo, foram ter com Jesus alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição
– e perguntaram-lhe: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém
um irmão, que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva,
para dar descendência a seu irmão’. Ora havia sete irmãos. O primeiro
casou-se e morreu sem deixar descendência. O segundo casou com a viúva e
também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro. E nenhum
dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher. Na
ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque
todos os sete se casaram com ela». Disse-lhes Jesus: «Não andareis vós
enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus? Na verdade, quando
ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas são dadas em casamento;
mas serão como os Anjos nos Céus. Quanto à ressurreição dos mortos, não
lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: ‘Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’?
Ele não é Deus de
mortos, mas de vivos. Vós andais muito enganados».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica - §§
988-994
«CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE»
O
Credo cristão — profissão da nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na
sua ação criadora, salvadora e santificadora — culmina na proclamação da
ressurreição dos mortos no fim dos tempos, e na vida eterna. Nós cremos e
esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos
e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre
com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. Tal como a
dele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade. [...] A
palavra «carne» designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade.
«Ressurreição da carne» significa que, depois da morte, não haverá somente a
vida da alma imortal, mas também os nossos «corpos mortais» (Rom 8,11) retomarão
a vida.
Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o princípio, um
elemento essencial da fé cristã. «A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos:
é por crer nela que somos cristãos» (Tertuliano). [...] A ressurreição dos
mortos foi revelada progressivamente por Deus ao seu povo. A esperança na
ressurreição corporal dos mortos impôs-se como consequência intrínseca da fé num
Deus criador do homem todo, alma e corpo. O Criador do céu e da terra é também
Aquele que mantém fielmente a sua aliança com Abraão e a sua descendência. É
nesta dupla perspetiva que começa a exprimir-se a fé na ressurreição. [...]
Os fariseus e muitos contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição.
Jesus ensina-a firmemente. E aos saduceus, que a negavam, responde: «Não
andareis enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?» (Mc 12,24). A fé
na ressurreição assenta na fé em Deus, que «não é Deus de mortos, mas de vivos»
(Mc 12,27). Mas há mais: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa:
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11,25). É o próprio Jesus que, no último
dia, há-de ressuscitar os que nele tiverem acreditado, comido o seu Corpo e
bebido o seu Sangue (Jo 6, 40.54).
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