PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Céus, chovei o justo
“Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o justo;
abra-se a terra e brote o Salvador”(Is. 45,8). Esta súplica ardente acompanha o
povo na espera do Salvador. Deus sempre ouve as súplicas de seus filhos. Na
plenitude dos tempos, quando o fruto estava maduro, Deus enviou seu Filho ao
mundo. O evangelista Mateus, ao narrar o nascimento e infância de Jesus (cap 1
e 2) mostra que se realizam as promessas que Deus fizera através dos profetas e
patriarcas. O evangelista inicia a narrativa com a palavra “origem”: “A origem de Jesus foi assim” (Mt 1,18). Quer indicar que
há uma nova criação, como fora a origem do mundo, em sua criação. O Espírito movia-se sobre as águas (Gn 1,2). A
geração de Jesus é também uma obra do Espírito de Deus, como no começo do mundo.
Ele guia a história do povo e o leva ao momento de se realizarem as promessas.
Deus prometera a Davi um trono estável (2Sm 7,1-29). O Isaias (7,10-14) faz a
profecia de uma Virgem que dará à luz um filho que terá o nome de Emanuel, Deus
Conosco. Era um momento de difícil situação política e religiosa na qual parecia
se romper a promessa de Deus por causa das loucuras do rei Acaz. Mas há sempre
uma esperança. A promessa feita para aquele momento torna-se profecia de um rei
futuro. Quando chega o momento, encontramos Maria, a Virgem, desposada com um
homem chamado José, da família de Davi (Mt 1,20). O casamento de José e Maria
se dá em dois momentos: primeiro o contrato, depois a celebração para a vida
juntos. O marido é José, homem justo, conhece os caminhos de Deus como Abraão,
que creu, mesmo sem ter ainda o filho Isaac. Deus age por meio de pessoas
justas. O Filho é Jesus, o Deus conosco. O nome que o Anjo lhe dá, indica a missão.
Nome Jesus (Iehô-Ieshûá) significa Deus é salvação, presente na história.
O Senhor dará um sinal
O profeta manda que rei Acaz peça um sinal a Deus.
Ele recusa, pois tem medo dos sinais de Deus por causa de suas idolatrias. O
profeta anuncia uma criança, um filho que será sinal para o rei. É um sinal de
esperança para o povo que corre o risco de romper com a dinastia de Davi e
assim perder o futuro. Em Jesus se
realizou a esperança do povo.
Ele é o sinal de que Deus não esquece o que promete. Jesus é tudo o
que o Pai quis para nós. Ele realiza tudo o que o Pai espera de nós. E nós
estamos unidos a Ele que se uniu a nós. Ele é o Sinal de que Deus salva; Ele é
o Emanuel, Deus conosco. Está unido ao Pai e ao Espírito. Jesus Cristo, não é só
um homem, mas o enviado de Deus. Deus irrompe na vida de José sob forma de Anjo
do Senhor. José é pai segundo a lei. Mas
ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Maria é também sinal. É Virgem que da
à luz. Participa do desígnio de Salvação. Assim as promessas são cumpridas e a
Salvação se torna realidade.
Chamados ao apostolado
Deus continua a agir através do apostolado. Por Jesus
“recebemos a vocação do apostolado a fim de trazermos à obediência da fé todos
os povos pagãos para a glória de seu nome” (Rm 1,7). Deus permanece fiel ao
anúncio de Salvação. O apostolado não depende só de uma atividade humana, mas é
uma sinergia entre Deus e a pessoa. O Espírito está presente no apostolado como
criação e redenção. A redenção está intimamente unida à ressurreição. Celebrando
o Natal, acolhemos aquele que é o sinal de Deus e nos fazemos seu sinal pela fé
que temos e celebramos. Celebrar é também tornar presente esse sinal de Deus,
Jesus, para a vida.
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