É belo o nascimento do Filho de Deus. Quando pensamos na pobreza do
presépio, pensamos na humilhação de Deus. Mas nada é tão pobre que não possa
ser um lugar de Deus se manifestar. E Ele o fez. Tudo o que Deus toca, torna-se
maravilhoso. A gruta, os animais e o cocho que se transformou em berço para o
Rei eterno. É o Homem Novo, criado a Imagem de Deus. Ele sempre foi Criador e o
foi mais ainda quando fez nascer entre nós o seu Filho. Só podemos dizer: ‘Glória
a Deus!’ É um mistério profundo que nos encanta e assusta. Deus se manifestou em Seu Filho. O prefácio
da missa assim reza: “Reconhecendo Jesus como Deus visível a ossos olhos,
aprendamos a amar nEle a divindade que não vemos”. S. Leão Magno, a quem é atribuído
o formulário da missa de Natal, era uma especialista em luz. Ilumina toda a
celebração: “Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade
da verdadeira luz...” (Oração). Isaias, canta: “O povo que andava na escuridão,
viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz
resplandeceu” (Is 9,1). Quando os anjos aparecem aos pastores, “a glória do
Senhor os envolveu em luz” (Lc 2,9). Por que tanta luz? Ela é o primeiro
elemento da criação. Em Gênesis lemos: “As trevas cobriam o abismo... Deus
disse “Faça-se a Luz! E a luz foi feita” (Gn 1,3-3). João coloca no início de
seu evangelho: “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens ... a luz
verdadeira que ilumina todo homem” (Jo 1,4.9). Toda a luz no Natal quer
significar que a vida nova se inicia com Jesus que é a Luz e a Vida. O chorinho
novo de Belém é a aurora de um mundo, de uma vida nova. A luz de Belém se une à
luz que refulge no túmulo. Quanto é maravilhoso esse momento.
E Habitou entre nós
Hoje, é o dia sem ocaso. Abriu-se para a humanidade um caminho novo: “O
Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Lucas conta essa verdade com
a simplicidade de uma historinha de família. Parece tudo tão normal, ao passo
que tudo é muito grande. Deus vem morar no meio de nós. Entra em uma família,
na condição humana de fragilidade, simplicidade e pobreza, no mundo dos
oprimidos, num momento opressor de recenseamento, sem as mínimas condições, em
um estábulo. O mistério de Encarnação é mais do que uma narração simpática.
Nunca entenderemos o bastante a grandeza desse mistério do Deus que se faz
homem. Deus dá a divindade e nós, a humanidade. A liturgia chama de “divino
comércio” a essa troca de presente. Deus se fez grande à altura do homem na sua
pequenez. O recém-nascido vem do mundo oprimido. Seus concidadãos da primeira
hora foram os pastores, gente excluída da sociedade. São eles que recebem a
visita dos Anjos: “Eis que vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo
o povo: Hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11).
Ele nos ensina
Paulo, na carta a Tito, comenta que a manifestação de Deus é para a
salvação. Esta se realiza como ensinamento para “abandonar a impiedade e as
paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade” (Tt
2,11-12). Jesus se entrega para nos resgatar de toda a maldade e purificar,
para si, um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem (14). Seu
nascimento modifica também os corações. O caminho agora é da justiça e do
equilíbrio em todas as atitudes. Não é possível conhecer Jesus, sem ‘voltar por
outro caminho’, como farão os Magos (Mt 2,13)
https://padreluizcarlos.wordpress.com
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