Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele
tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.Vivia ali um
homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem
era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena
estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus,
que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e
disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele
desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria.
Ao verem isto, todos
murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto,
Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos
meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes
mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu
também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e
salvar o que estava perdido».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo - Sermão 68
Lemos no evangelho que Zaqueu quis ver Nosso
Senhor, mas era muito pequeno. Que fez ele? Subiu a uma figueira seca. Assim faz
o homem: deseja ver Aquele que opera maravilhas e causa um tumulto nele; mas,
como não tem estatura suficiente para isso, tem de subir a uma figueira seca. A
figueira morta simboliza a morte dos sentidos e da natureza e a vida do homem
interior, sobre a qual Deus é levado.
Que disse Nosso Senhor a
Zaqueu? «Desce depressa.» Tens de descer, não podes reter uma única gota de
consolação de todas as tuas impressões na oração, antes deves descer ao teu puro
nada, à tua pobreza, à tua impotência. [...] Se te resta algum apego à natureza,
é porque ainda não possuis a verdade, é porque ela ainda não se tornou um bem
teu; natureza e graça trabalham ainda juntas, e não chegaste ao abandono
perfeito [...]; esse estado ainda não é a pureza plena. É por isso que Deus
convida esse homem a descer, quer dizer que o chama a uma renúncia plena, a um
pleno desprendimento da natureza. «Hoje tenho de ficar em tua casa; hoje veio a
salvação a esta casa.» Que este hoje nos aconteça para sempre!
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