Celebramos
festa de N. Senhora Aparecida. É um momento muito importante, como diz a oração
da missa: “Concedei que o povo brasileiro, fiel a sua vocação e vivendo na paz
e na justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva”. A paz e a justiça
conduzem à vida eterna. Vamos procurar entender essa celebração com a
simbologia dos primeiros milagres. Além do encontro, que já foi um milagre
comprovado pela pesca abundante, nós conhecemos o milagre das velas que se
acendiam e se apagavam sem intervenção das pessoas. No meio das dificuldades do tempo, cercados
de pobreza e de vida trabalhosa, a veneração da imagem da Imaculada Conceição,
foi um estímulo à vida daqueles pobres pescadores. A devoção lhes fez
reconhecer um tempo novo que iluminava seus olhos. O sofrimento não apaga a fé
de um povo simples e devoto. Deus se recordou de sua humildade. Deus escolhe os
humildes para confundir os fortes. O Conde de Assumar comeu os peixes e se foi.
Os pescadores foram alimentados de esperança. Ester, a rainha teve a ousadia de
crer que a oração poderia mudar os planos do rei. A oração do povo dobra o
coração de Deus. O Espírito Santo acendeu a luz nos corações que se apagavam no
sofrimento. A pesca infrutífera foi vencida pela rede que mais uma vez ia ao
fundo do rio. Numa destas encheu o barco de vida e as redes de peixes. Aquele
objeto tosco e enegrecido acendeu a esperança. A intercessão de Maria continua
no meio do povo. Benditas curvas do rio Paraíba que nos deram tal presente. A
esperança iluminou os olhos.
O escravo e as correntes
A
imagem de Nossa Senhora Aparecida é uma síntese das três raças: negra de cor,
branco de tipo, cabelo de índia. É a mulher grávida que aparece no Apocalipse
sempre pronta a dar à luz para que haja a libertação de todos os sofredores. O
escravo Zacarias que fugira e fora capturado, deve ter sofrido muito. Ao passar
diante da capela da Senhora Aparecida, pediu para fazer uma oração. Que terá
pedido? Mais que atender a súplicas, ela lhe deu a liberdade. As correntes
caíram. Ela, Mãe do Senhor do mundo, liberta o escravo sofrido, já sem
esperanças em meio aos sofrimentos. É um símbolo maravilhoso que sintetiza os
ensinamentos sobre Maria que socorre os escravos do mal. Intercede diante de
seu Filho pelos filhos sofredores. Este milagre anima a transformar a devoção
em um meio de libertação de todos os tipos de escravidão. Não há escravidões
que não tenham solução. O que há é falta de libertadores. A devoção será vazia
se não vai ao encontro dos acorrentados da vida. As curvas do rio nos trouxeram
a alegria.
A cega e o cavaleiro.
Há
dois milagres que se parecem: A ceguinha que veio de longe e ao chegar perto do
santuário recebe a cura e vê a igreja. O cavaleiro cego pela falta de fé e pelo
desrespeito às pessoas e lugares santos, recebe um milagre. Queria entrar na
Igreja a cavalo. Este se recusa e sua ferradura se prende à pedra da entrada. O
homem orgulhoso é abre os olhos à fé. Diante do amor de Maria, manifestado
nesta bela imagem, nossos olhos se abrem para ver a grandeza de Deus e a
desgraça que o orgulho provoca em nós. Os milhões de romeiros que por ali
passam podem ter os olhos abertos para conhecer as coisas de Deus e das pessoas
como um caminho de fé. Um cientista ateu, vindo a Aparecida, viu a longa fila
dos romeiros que queriam passar diante da imagem, disse: Não podem todos eles
estar errados e eu certo. Abriram-se seus olhos.
Leituras:Ester 5,1b-2;72b-3;
Salmo 44;Apocalipse 12,1.5.13ª.15-16ª; João 2,1-11
1.A festa de N. S. Aparecida é um
estimulo ao povo. Refletimos os primeiros milagres. O primeiro são as velas que
se acendem e apagam. É símbolo da fé do povo simples que se mantém frágil, mas
viva. A oração dobra o coração de Deus. Nela brilha a esperança.
2.A imagem simboliza a união das
raças: negra, índia e branca. O milagre das correntes do escravo que se soltam
lembra a libertação de todas as cadeias. Maria, é a mulher que dá sempre seu
Filho para destruir o dragão do mal.
3.Dois milagres parecidos referentes à
cegueira: um dos olhos, outra do coração. A ceguinha que vê a capela, ao longe,
quando veio buscar a cura. O homem malvado que quer entrar a cavalo na capela é
detido por seu cavalo que tem a ferradura presa. Ele abre os olhos à fé e muda
o coração.
Na rede, e não é peixe
A festa de Nossa Senhora Aparecida tem uma mensagem muito
bonita para o povo brasileiro que a ama. Para compreender sua mensagem nos é
apresentada a figura de Ester que reza por seu povo. Ela intercede por nós como
em Caná intercedeu pelos noivos. Por isso dizemos: Rogai por nós pecadores. Ela
é a Mulher perseguida com seu Filho. Mas
não há o que tire Maria da Igreja e do coração de quem ama Jesus, seu Filho que
muito ama.
A festa é um convite ao povo de Deus para que viva na justiça e na
paz. Rezamos na oração final que nosso povo se ajunte nas tarefas de cada dia
para a construção do Reino. Não basta amar Nossa Senhora Aparecida. É preciso
ser bom brasileiro inspirado em sua intercessão e ensinamentos.
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