António Rosmini nasceu em Rovereto no dia 24 de Março de 1797 e faleceu em Stresa a 1 de Julho de 1855. Dedicou a sua vida aos estudos de filosofia, política, ascética e pedagogia. Ao terminar os estudos jurídicos e teológicos na Universidade de Pádua, recebeu a Ordenação sacerdotal em 1821. Imediatamente demonstrou grande interesse e inclinação para os estudos filosóficos, encorajado neste sentido pelo Papa Pio VIII, que lhe pedira para conduzir os homens à religião através da razão, e mais de uma vez colocou-se contra enganadores e falsos movimentos de pensamento como o sensismo e o iluminismo.
Fundou o Instituto da Caridade e o das Irmãs da Providência, idealizados e queridos como ambientes propícios à formação humana, cristã e religiosa de quantos tinham partilhado o mesmo espírito, adaptando-se às contingências históricas, civis e culturais do seu tempo. Na audiência de 12 de Janeiro de 1972, Paulo VI definiu-o “profeta”, que em antecipação de um século sentiu e indicou problemas da humanidade e pastorais, debatidos depois no Concílio Vaticano II.
A sua obra “As cinco chagas da Santa Igreja” é considerada precursora dos temas conciliares. Uma delas fazia António Rosmini sofrer demais: a separação entre fiéis e clero durante as funções litúrgicas, pela impossibilidade dos primeiros seguirem as orações formuladas em latim, adiantando a proposta de seguir as línguas próprias de cada povo. Devido à novidade de algumas suas ideias sobre a reforma da Igreja, a obra foi posta no Índex em 1849, com todas as polémicas que se seguiram.
Somente com João Paulo II ocorreu a completa reabilitação da sua figura. Na carta encíclica Fides et ratio, o predecessor de Bento XVI colocou Rosmini "entre os pensadores mais recentes nos quais se realiza um fecundo encontro entre saber filosófico e palavra de Deus", concedendo a introdução da causa de beatificação.
Precedentemente também João XXIII fez o retiro espiritual sobre as Máximas de perfeição cristã de Rosmini, idealizadas para definir o fundamento espiritual sobre o qual todos os cristãos pudessem garantir um caminho na perfeição, assumindo-a como própria regra de comportamento.
Também Paulo VI não foi indiferente ao pensamento de António Rosmini: por ocasião do 150º aniversário de fundação do Instituto da Caridade, enviou uma mensagem ao então Padre-Geral, na qual elogiava a intuição rosminiana ao dar importância à missão caritativa já no nome que designava o instituto. O seu sucessor, João Paulo I, formou-se em Teologia Sagrada na Universidade Gregoriana de Roma com uma tese sobre "A origem da alma humana segundo António Rosmini".
A Congregação do Instituto da Caridade foi fundada em 1828 no Santuário do Monte Calvário em Domodossola, com a aprovação pontifícia de Gregório XVI em 1839. Formado por sacerdotes e leigos com votos simples e perpétuos, mas também por religiosos e bispos “adscritos”, o organismo nasceu com uma finalidade muito precisa: o exercício da caridade universal, união daquelas formas que Rosmini enumera como “caridade espiritual”, “caridade intelectual” e “caridade temporal”. Uma ordem, contudo, susceptível de mudanças de acordo com as exigências expressas pelo próximo. Sucessivamente, em 1832, foram fundadas as Irmãs da Providência, cujo carisma é o mesmo do ramo masculino.
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