Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Eu sou a verdadeira vide e o meu Pai é
o agricultor. Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá
fruto, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais purificados pela palavra
que vos tenho anunciado. Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal
como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira,
assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.Eu sou a
videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto,
pois, sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanece em mim, é lançado
fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que
quiserdes, e assim vos acontecerá. Nisto se manifesta a glória do meu Pai:
em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 27/10/2010 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana,
rev)
Santa Brígida, mulher de oração para a Igreja do seu
tempo
Quando Brígida ficou viúva, teve início o
segundo período da sua vida. Renunciou a outras bodas para aprofundar a união
com o Senhor através da oração, da penitência e das obras de caridade. Portanto,
também as viúvas cristãs podem encontrar nesta Santa um modelo a seguir. Com
efeito, após a morte do marido, Brígida distribuiu os seus próprios bens aos
pobres e, mesmo sem jamais aceder à consagração religiosa, estabeleceu-se no
mosteiro cisterciense de Alvastra. Ali tiveram início as revelações divinas, que
a acompanharam durante o resto da sua vida. […]
Lendo estas revelações
somos interpelados sobre muitos temas importantes. Por exemplo, volta-se a
descrever frequentemente, com pormenores bastante realistas, a Paixão de Cristo,
pela qual Brígida teve sempre uma devoção privilegiada, contemplando nela o amor
infinito de Deus pelos homens. Nos lábios do Senhor que lhe fala, ela põe com
audácia estas palavras comovedoras: «Ó meus amigos, Eu amo tão ternamente as
minhas ovelhas que, se fosse possível, gostaria de morrer muitas outras vezes,
por cada uma delas, com aquela mesma morte que padeci pela redenção de todas
elas» (Revelationes, Livro I, C. 59). Também a dolorosa maternidade de Maria,
que a tornou Mediadora e Mãe de misericórdia, é um tema que aparece com
frequência nas revelações.
Ao receber estes carismas, Brígida estava
consciente de ser destinatária de um dom de grande predileção da parte do
Senhor: «Minha filha, […] Eu escolhi-te para Mim; ama-Me com todo o seu coração
[…], mais do que tudo quanto existe no mundo» (I, 1). De resto, Brígida sabia
bem, e disto estava firmemente convencida, que cada carisma está destinado a
edificar a Igreja. Precisamente por este motivo, não poucas das suas revelações
eram dirigidas, em forma de admoestações até severas, aos fiéis do seu tempo,
também às autoridades religiosas e políticas, a fim de que vivessem
coerentemente a sua vida cristã; mas fazia isto sempre com uma atitude de
respeito e de fidelidade integral ao Magistério da Igreja, de modo particular ao
Sucessor do Apóstolo Pedro.
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