PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Viver a
Espiritualidade juntos.
É comum a gente ouvir que religião é uma
coisa pessoal. Cada é cuide da sua e não discuta. Certo, mas nem tanto. No modo
de viver a fé cristã, segundo o mandamento de Jesus, nós formamos uma
comunidade e somos um corpo, como nos explica S.Paulo: “o corpo é um, não
obstante, temos muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem
muitos, formam um só corpo. Assim acontece com Cristo [...] O corpo não se
compõe de um só membro,mas de muitos” (1Cor. 12,12.18). Sendo parte uns dos
outros no mesmo corpo, nosso modo de viver a fé é comunitário também. Depende
da minha opção pessoal, viver em um corpo espiritual, a Igreja. A fé é para
viver em comunhão com os que partilham da mesma crença. Do mesmo modo, a
espiritualidade é eclesial. Vivemos a espiritualidade na participação da
Igreja. Esta participação é espiritual, mas também pessoal, empenhando-se em
estar unido aos demais. Na Igreja tudo é comum. “Eles tinham tudo em comum” (
At 4,32). Vivemos uma união espiritual, visível e humana.
Somos povo de
Deus.
O
motivo primeiro desta união de espírito e vida provém do batismo que nos
colocou e nos inseriu em uma Igreja, uma comunidade que é o povo de Deus. O
ensinamento da Igreja é porque “aprouve a Deus santificar e salvar os homens,
não singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituiu-os num
povo que o conhecesse na verdade e santamente o servisse [...] Este povo é
constituído por Cristo para a comunhão de vida, caridade e verdade” (LG. 9). O
fundamento desta pertença é o modo como Deus quer nos salvar e santificar. Isso
vai terá conseqüências muito concretas
em nossa vida. Não se trata de fazer tudo o que os outros fazem, mas descobrir
nosso lugar no povo de Deus. Paulo salienta que cada um tem um ou mais dons e
estes dons são dados a serviço de todo o povo de Deus.
Igreja lugar e
meio de santificação.
Quando falamos de
espiritualidade, temos dificuldades de compreender seu alcance. Na verdade não
há problemas, pois Deus não fez nada complicado. É simples. Vivemos a santidade
na fraternidade. Ser fraterno é o primeiro passo. Vencendo o egoísmo e
individualismo, saberemos dar-nos a nos mesmos para o bem dos outros. Sair de si,
desapegar-se e participar é o caminho da espiritualidade. Esta participação vai
ser realizada a partir do dom pessoal de cada um. O erro que vemos atualmente é
querer que todos façam tudo. Cada um no próprio estado civil, sua profissão,
seus dotes pessoais assume a parte que lhe cabe. A primeira parte é a família.
Viver vida de família é a primeira etapa da espiritualidade. A Igreja jamais
vai desistir da família. A partir da família temos a comunidade local onde
vivemos. A participação vai das pequenas ajudas até assumir a política e cargos
públicos. Política não é contra a fé nem contra a religião, pelo contrário
ajudam. O Papa beatificou um jovem que era político (Alberto Marvelli 28 anos).
Depois temos nossa comunidade paroquial à qual damos nossa colaboração. Assim
por diante. Isso é viver a espiritualidade. Damos o testemunho de Cristo no
mundo em que vivemos.
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