Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou
não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» «Por isso vos digo: Não vos
inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto
ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que
o alimento, e o corpo mais do que o vestido? Olhai as aves do céu: não
semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as.
Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, pode
acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Porque vos preocupais com o
vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como
qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e
amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca
fé? Não vos preocupeis, dizendo: 'Que comeremos, que beberemos, ou que
vestiremos?’ Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o
vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso.Procurai
primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por
acréscimo. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de
amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Juliana de Norwich (1342-depois de
1416), mística inglesa
«Revelações do amor divino», cap. 85
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá
as suas preocupações»
Sentia-me maravilhada: apesar da nossa
tolice e da nossa cegueira neste mundo, Nosso Senhor, na sua cortesia, olha-nos
sem cessar com benevolência e alegria. O maior prazer que Lhe podemos dar é o de
estarmos convencidos disso verdadeiramente e com inteligência, e de nos
alegrarmos com Ele e nele. Porque, assim como estaremos para sempre na beatitude
de Deus, louvando-O e agradecendo-Lhe, também estamos desde sempre na sua
previdência: no seu desígnio eterno, Ele amou-nos e conheceu-nos antes da origem
dos tempos.
Foi com esse amor sem começo que Ele nos criou e é por
esse mesmo amor que zela por nós: Ele nunca permite que fiquemos feridos a ponto
de perdermos a nossa beatitude. É por isso que, no Juízo Final, quando subirmos
todos ao céu, veremos claramente em Deus os segredos que agora estão ocultos
para nós. Então ninguém se sentirá tentado a dizer: «Senhor, se as coisas se
tivessem passado de outra maneira, teria sido perfeito.» Mas diremos todos a uma
só voz: «Bendito sejas, Senhor! Assim foi e está tudo bem. Na verdade, vemos que
tudo se realizou segundo a ordem que definiras antes do começo de todas as
coisas.»
Nenhum comentário:
Postar um comentário