Entre os muitos modos de compreender a fé no Brasil, há um caminho que se destaca por sua abertura, escuta e profundo senso de humanidade: é a chamada Teologia Brasileira, também conhecida como escola do pensamento teológico brasileiro.
Mais que uma corrente doutrinária, ela é uma atitude espiritual. Nascida da experiência viva de um povo miscigenado e acolhedor, essa teologia é inclusiva por natureza. Seu ponto de partida é o diálogo - com a fé cristã, com a ancestralidade indígena, com as espiritualidades afro-brasileiras, com o humanismo laico e com todas as manifestações de transcendência que respiram neste solo.
No Brasil, fazer teologia é também ouvir. Ouvir as dores e as alegrias do povo, as preces das periferias, os cânticos das florestas e as esperanças que brotam das ruas. É reconhecer que Deus se revela em muitas linguagens, e que cada uma delas carrega uma centelha do mesmo Mistério.
Essa escola do pensamento teológico não teme o encontro, porque sabe que o amor é o próprio nome de Deus. Deus ama — e porque ama, é.
Por isso, toda exclusão contradiz a lógica divina. A verdadeira teologia nasce do amor e conduz ao amor.
A Teologia Brasileira, em sua melhor expressão, é um gesto de comunhão. É o esforço de compreender que cada ser humano, cada cultura e cada tradição carrega em si algo do Sagrado. É uma teologia que se ajoelha não apenas diante do Mistério invisível, mas também diante da dignidade humana em todas as suas formas.
E assim, o Brasil ensina ao mundo uma lição antiga e sempre nova:
Deus ama. Deus é.
(Texto: autor; revisão:
IAmada Hikari)


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