domingo, 10 de março de 2024

SÃO SIMPLÍCIO, PAPA

Simplício governou a Igreja de 468 a 483 e viu a queda do Império Romano do Ocidente. No tumulto daqueles anos, enfrentou a heresia monofisista, que reconhecia a única natureza divina de Cristo. Reforçou a Igreja na Itália e defendeu o papado durante as desordens causadas pelas migrações bárbaras. 
(Papa de 03/03/468 a 10/03/483) 
Nascido em Tivoli, ele foi papa em um período conturbado da história ocidental que viu a queda do Império Romano do Ocidente, quando o bárbaro Odoacro em 476 depôs o último imperador Rômulo Augusto. Ao mesmo tempo, a Igreja do Oriente estava perturbada com as consequências da heresia monofisita, que sustentava que em Cristo havia apenas a natureza divina. Pouco se sabe sobre Simplício: ele tomou uma posição clara contra a heresia até mesmo contra o imperador oriental Zenão, estabeleceu deslocamentos de sacerdotes nas principais basílicas do cemitério e não apenas restaurou e dedicou igrejas a Roma, mas, respeitando a verdadeira arte, salvou os mosaicos pagãos da Igreja de S. Andrea da destruição. 
Etimologia: Simplicio = ingênuo, do latim 
Martirológio Romano: Em Roma, em São Pedro, São Simplício, papa, que, na época das invasões da Itália e de Roma pelos bárbaros, consolou os aflitos, encorajou a unidade da Igreja e fortaleceu a fé. São Simplício, natural de Tivoli, exerceu o ministério papal de 468 a 483, num período atormentado tanto para a vida da Igreja quanto para a do Estado. Como se sabe, Odoacro, uma vez que os pedidos de terras para cultivar feitos por seus Hérulos não foram satisfeitos, cortou toda a demora: tendo removido Orestes, ele depôs seu filho Rômulo Augusto, o último representante imperial, a quem relegou a uma villa napolitana com uma renda anual de 6.000 libras de ouro, e enviou a insígnia imperial de volta ao imperador do Oriente, Zenão. Por outro lado, ele também não teve uma vida tranquila, já que em 475-476 teve que enfrentar a revolta de Basilisco: ele só conseguiu superá-la com a ajuda de Teodorico, rei dos ostrogodos, que então também derrubou Odoacro. Esta série de mudanças não foi isenta de consequências para a vida da Igreja, tanto no Ocidente como no Oriente. Odoacro, de fato, e também Teodorico eram seguidores da heresia ariana, enquanto Basilisco confiava em sua revolta particularmente nos seguidores da heresia monofisita. O monofisismo havia sido despertado por Dióscoro, patriarca de Alexandria, no Egito, e sobretudo pelo monge Eutiques: sua tese central, que também lhe deu o nome, era a de que em Cristo há apenas uma natureza, a divina. Apesar da importante e enérgica intervenção de São Leão Magno, a heresia triunfou por ocasião da chamada "atrocidade de Éfeso", mas dois anos depois a doutrina ortodoxa foi claramente afirmada no Concílio de Calcedônia, que tomou o documento de São Leão Magno como artigo de fé. Este concílio também emitiu o famoso cânon 28, que reconhecia uma preeminência do patriarcado Constantinopolitano, que foi contestado como uma inovação perigosa pelos enviados de São Leão Magno e também foi contestado por São Simplício. A controvérsia sobre o monofisismo durou algum tempo: o imperador Zenão também foi responsável por isso, e em 482 ele tentou um compromisso impossível com seu Henoticon, contra quem o papa Simplício tomou uma posição clara. Além desta defesa da genuína doutrina cristã, São Simplício foi louvável por ter restaurado e dedicado algumas igrejas romanas, como S. Stefano Rotondo e S. Bibiana, e, mostrando-se respeitoso de toda arte válida, foi ele quem ordenou que os mosaicos pagãos da igreja de S. Andrea fossem salvos da destruição. Suas relíquias são veneradas em Tivoli. 
Autor: Piero Bargellini

Nenhum comentário:

Postar um comentário