segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “É por graça que sois salvos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Deus amou tanto o mundo
 
Quando o dia amanhece, primeiro vem a beleza dos raios que o anunciam, com o sol em seu esplendor. O 4º domingo é um rasgo de alegria no meio da Quaresma, anunciando já a festa da Páscoa que se aproxima. A antífona convida à alegria: “Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria” (Is 66,10). Rezamos: “Concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheio de júbilo e exultando de fé” (oração) Esta é a atitude normal de quem prepara de coração para a festa da Páscoa. Os textos deste domingo nos trazem a certeza que Deus nos precede com seu amor. O motivo da alegria é o grande amor de Deus que se manifestou em Cristo: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,10). A Páscoa de Jesus, mesmo tendo Ele passado pelas dores da paixão e da morte, é a ação do Deus que ama e quer a vida para todos. O amor de Deus não se impõe, mas propõe com a conseqüente salvação ao que acolhe e entra na dinâmica do amor. Paulo, na carta aos Efésios, reconhece o porquê deste amor gratuito de Deus: “Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa de nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo” (Ef 2,4-5). O amor de Deus não é um sentimento de dó, mas uma atitude que brota da abundância de seu ser misericordioso, isto é, saber compreender a situação em que vivemos e como que sentisse Ele próprio o absurdo desta miséria. Por isso nos envia o Salvador, Jesus Cristo, que torna concreta esta misericórdia através de sua encarnação, vida e morte. Jesus sentia profunda dor ao ver os sofrimentos das pessoas. Por isso acolhia, curava, perdoava e dava a vida. Quem não crê condena a si mesmo porque não aceita a luz que mostra a maldade de suas obras. Maldade que recusa a misericórdia e se refugia nas trevas. 
Alegra-te, Jerusalém 
A alegria deste domingo acontece pela riqueza da salvação existente em Cristo em sua ressurreição. Isaias narra que o povo pecou gravemente e isso teve a conseqüência grave do exílio na Babilônia que durou 70 anos. Visto como um castigo por não terem ouvido os profetas e aumentado seus pecados. Se tivessem ouvido, não entrariam em tantos males. O pecado desestrutura a vida, como lemos na passagem da serpente de bronze. Contudo não é negada a salvação. Quem olha a serpente de bronze, é curado. Quem olha para Jesus através da fé, também recebe a vida, pois Deus não enviou ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (Jo 3,17). Esta é a grande alegria que pode ter quem crê e quem celebra a festa da Páscoa. É a alegria do povo que recebeu gratuitamente o direito de voltar do Exílio. O Salmo reflete o coração dolorido do povo no exílio (Sl 36). Foi preciso sofrer para aprender. Mas Deus é bom. 
As boas obras 
Agradar a Deus é ter o coração cheio da fé que acolhe a redenção de Jesus. Aproximar-se da Luz é praticar o bem: “Quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que manifeste que suas ações são realizadas em Deus” (Jo 3.21). A vida de fé nos coloca em união a Cristo e em sua ressurreição: “Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus, em virtude de nossa união com Jesus. Pela bondade que nos demonstrou em Jesus, Deus quis mostrar, através dos séculos futuros a incomparável riqueza de sua graça”... “Fomos criados em Cristo, em vista das obras boas, que Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Ef 3,6-). A liturgia de hoje ensina acolher a salvação com alegria. É a mesma alegria de cada celebração do Mistério Pascal de Cristo. 
Leituras:2 Crônicas 36,14-16.19-23; 
Salmo 136; 
Filipenses 2,4-10; João 3,14-21 
1. Domingo da alegria, anunciando a alegria pascal. A alegria provém da certeza que Deus nos precede com seu amor, pois nos deu seu Filho para que sejamos salvos. A Paixão e Ressurreição de Jesus é ação do Deus que ama e quer vida para todos. Deus é rico em misericórdia e nos amou quando ainda estávamos mortos pelos nossos pecados. Jesus manifestou, em sua vida, a misericórdia do Pai. 
2. A história do povo de Deus mostra o exílio como resultado do pecado. A libertação é por pura graça de Deus. Jesus lembra a Nicodemos que a serpente de bronze é imagem de sua redenção. Quem olha para Jesus através da fé recebe vida, pois Deus quer salvar e não condenar. 
3. Agradar a Deus é ter o coração cheio da fé que acolhe Jesus. Aproximar-se de Jesus é aproximar-se da luz. Assim se manifesta que as ações são feitas em Deus. A liturgia ensina a acolher a salvação com alegria. 
A pessoa certa 
O povo de Deus viveu pecados que trouxeram uma grande desolação pela destruição que sofreram. Não seguiram a Palavra de Deus. Depois de pagar os pecados, Deus os salvou por mãos de um rei pagão. Jesus é o escolhido de Deus para ser salvação do mundo. Jesus usa a comparação com a serpente que foi feita por Moisés. O povo era mordido pelas serpentes, olha para a cobra de bronze e era curado. Jesus é o Salvador, dado a nós pelo amor de Deus. Quem crê Nele se salva. Quem não crê se condena. 
Homilia do 4º Domingo da Quaresma (18.03.2012)

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