Canonizada em 1970, a venerável Madre Soledade Torres Acosta, é a fundadora das Servas de Maria, religiosas dedicadas aos cuidados dos doentes. O nome Soledade se refere à Maria Santíssima na Paixão do seu Divino Filho. Nasceu em Madri, a 2 de dezembro de 1826. Era filha de Francisco Torres e Antônia Acosta, eram pequenos comerciantes. A criança foi batizada como Bibiana Antônia Manuela.Viveu numa Espanha perturbada pelos conflitos entre absolutistas e liberais, que produziram às vezes para a Igreja anos custosos. Estudou com as Irmãs Vicentinas e ao ver a dedicação total destas religiosas aos mais pobres, se entusiasmou pela vida religiosa. Porém tinha uma saúde muito débil e não foi admitida na comunidade. Chegando aos 25 anos, pensava ainda em ingressar na vida dominicana, quando o Pe. Miguel Martínez Sanz, sacerdote pároco do bairro populoso de Chamberi, conquistou-a para a sociedade de religiosas, guardas de doentes, que projetava organizar. Desde pequena ela havia assistido a vários moribundos e sentia um gosto especial em assistir a doentes e agonizantes. Era uma graça que o Espírito Santo lhe havia concedido. O Pe. Miguel compreendeu que a jovem tinha aquele dom especial do Espírito para levar a cabo o projeto que tinha em mente, e por isso, juntamente com ela e mais seis companheiras, fundou a Comunidade das Servas de Maria, ou Ministras dos Enfermos. A 15 de agosto de 1851, a jovem entrou no grupo das sete primeiras Servas de Maria, adotando o nome de Irmã Soledade.
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
Santa Maria Soledade Torres Acosta, Fundadora - 11 de outubro
Embora chegando tarde, depressa foi promovida a superiora. Mas Pe. Miguel partiu para as missões no estrangeiro. O novo diretor espiritual julgou acertado mudar a superiora: Madre Soledade foi despachada para Getafe, no Sudoeste de Madrid, para um hospitalzinho. Madre Soledade aceitou tudo por obediência. Ir-se-ia dissolver a congregação em estado deplorável? O Pe. Gabino Sánchez Cortez repôs Madre Soledade à frente das irmãs, e deu ao Instituto uma regra bem adaptada. Em 1861, as Servas de Maria receberam a aprovação diocesana, e o agostiniano, Pe. Angel Barra, foi nomeado diretor. A instituição ampliou seu campo de ação para atender também as jovens delinquentes e as fundações se multiplicaram. Fundaram-se 46 casas durante a vida da Santa. A rainha Isabel II exigiu suas religiosas para o hospital de São João de Deus, em Madrid. Em 1867 a caridade levou Madre Manuela para Valência, onde a guerra civil fazia inúmeras vítimas. Em 1885, uma epidemia de cólera invadiu metade do país. A congregação manifestou aí sua grande utilidade e importância salvando vidas e ajudando outras a partirem dignamente. A congregação recebeu aprovação papal definitiva em 1876 do Papa Pio IX. Atualmente, a Congregação conta com mais de 2000 religiosas, também nas duas Américas, na Inglaterra, na Itália, na França e em Portugal.
Santa Soledade faleceu no dia 11 de outubro de 1887 com 61 anos de idade. Seus restos mortais foram enterrados em um terreno simples em torno de religiosos de sua congregação, mas foram exumados e transferidos para a capela da Casa Mãe em 18 de janeiro de 1893. Seus restos mortais foram considerados intactos e foi relatado que seus restos exalavam um líquido semelhante a sangue e um odor doce. Mas não demorou muito, após outra inspeção, que seus restos mortais estavam limitados a ossos, o que significava que a decomposição havia avançado, talvez devido à primeira exumação e transferência. Madre Soledade foi beatificada por Pio XII em 5 de fevereiro de 1950 e canonizada por Paulo VI em 1970. Ela viveu o heroísmo do amor e da caridade para com os doentes, especialmente os doentes terminais, dando-lhes dignidade e paz na hora da morte. Santa Maria Soledade Torres Acosta, junto com Maria Micaela Desmaisieres, Joaquina Vedrun de Mas e Vicenta López, faz parte do grupo insigne de virtuosas mulheres espanholas que alcançaram um grau de santidade heroica a serviço dos doentes no século XIX.
Santos de cada dia, Pe. José Leite, S.J.
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