sábado, 7 de outubro de 2023

EVANGELHO DO DIA 7 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,17-24. 
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu». Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório de Nissa(335-395) 
Monge, bispo 
As pequenas raposas 
«Jesus respondeu-lhes: "Dei-vos o poder 
de dominar toda a força do inimigo"».
«Agarrai-nos as raposas, essas raposas pequenas que destroem as vinhas; e as nossas vinhas estão em flor» (Ct 2,15). Como penetrar na profundidade deste pensamento? Que maravilha de grandeza divina se encerra aqui, que transcendência do poder de Deus nos é revelada neste texto? Que nome dá o Poder verdadeiro e único àquele de quem se fala com expressões tão fortes, ao assassino, ao poderoso em malícia, ao dominador do poder das trevas (cf Ef 6,12), ao que tem o poder da morte (cf Heb 2,14), àquele cuja natureza temível o Verbo nos descreve, mostrando-o tão grande e tão poderoso, ao chefe das legiões demoníacas? Chama-lhe pequena raposa. E é também assim que designa, com igual desprezo, todo o seu séquito, todo o exército que tem ao seu serviço, incitando os caçadores a caçá-lo. Podemos dizer que esses caçadores são os santos apóstolos, que Ele enviou a caçar essas feras e a quem disse: «Farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,19). De facto, eles não conseguiriam pescar homens nem apanhar as almas na rede da sua mensagem, se não tivessem primeiramente expulsado essas raposas das suas tocas, ou seja, dos corações onde estavam à espreita, para neles abrir um lugar para o Filho de Deus reclinar a cabeça, quando a raça das raposas deixasse de ter morada nos corações. O Verbo disse-lhes: «Os poderes da terra contra os quais o homem luta não passam de pequenas raposas, astutas, mas insignificantes em comparação com o vosso poder. Se as dominardes, a nossa vinha, isto é, a natureza humana, recuperará a sua beleza própria, e antecipará a vindima dos cachos com as flores da vida virtuosa. "Agarrai-nos as raposas, essas raposas pequenas que destroem as vinhas; e as nossas vinhas estão em flor"».

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