Jesus pagou pelos nossos pecados! Esta certeza dá a cada fiel as condições de viver em sua vida, Sua Ressurreição. Jesus dá a Vida para aquele que crê. A Encarnação de Jesus é a expressão mais completa da vontade do Pai que quis dar-nos participar de sua Vida que é comunhão. Participamos de Deus naquilo que Ele é, e no que quer para todos: Vida Plena. O amor de Deus é a realidade que atravessa a vida e os gestos de Jesus. O gesto de Deus Pai, enviando seu Filho ao mundo, não acontece por nossos méritos, como se fosse uma obrigação de Deus. O amor de Deus é gratuito, antes mesmo de merecermos, como escreve S. João: “Nisto está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou, e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). Ele pagou pelos nossos pecados. A missão redentora não termina no documento de condenação contra nós, rasgado por sua morte na cruz, como escreve S.Paulo: “Apagou, em detrimento das ordens legais, o título de dívida, cujas condições nos eram desfavoráveis e o suprimiu, pregando-o na cruz”(Cl 2,14). A missão vai ao amor que conduz Jesus a este gesto. Não se trata de um acerto de contas, mas da abertura de uma vida que tem início na Ressurreição. Se a morte foi o extremo amor, a Ressurreição é a consagração do amor como Vida Nova. É o ponto de partida. A morte na Cruz é obra dos homens que recusaram o Filho, como Ele explica na parábola dos vinhateiros maus (Mt 21,33-45). A Ressurreição é obra do amor do Pai. É nesse amor que o Filho se mergulha na morte. Na Ressurreição, recebe do Pai a Vida que é a continuação do amor eterno. Na Ressurreição nasce o mundo novo que encontra sentido em sua união ao Filho.
Ressurreição é nossa vida
A partir da Ressurreição do Filho de Deus, nossa vida, como a vida de todo o Universo, recebe uma nova maneira de ser e de encaminhar. Toda a carne ressuscita com Ele, pois está unida a Jesus. Na medida que cada um assume essa realidade, seu modo de vida passa a ser novo, pois tem a novidade em si. Nossa ressurreição com Cristo acontece no Batismo. Nele decidimos viver ressuscitados. Escreve Paulo: “Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Cl 3,1). Há um novo ponto de partida e um novo modo de viver. O ponto de partida é a Ressurreição, de onde vem a Vida. O novo modo de viver é assumir o modo de Ele escolheu para si: “Aquele que diz permanecer Nele, deve também andar como Ele andou” (1Jo 2,6). Pedro prega que “Ele passou entre nós fazendo o bem” (At 10,38). Nós temos o mandamento do amor, as bem-aventuras e, em síntese, todo o Evangelho. Jesus diz: “Todo aquele que me ama, guardará minha Palavra” (Jo 14,23).
Dar a vida como ressurreição
A decisão por Cristo é vida para o mundo. Nossa fé na Ressurreição não é individual e intimista, mas segue o próprio modo de Jesus: “Eu falo o que ouvi junto do Pai” (Jo 8,38). O que vimos, aprendemos e recebemos Cristo que é Vida e Palavra, nós o colocaremos em ação para que outros e o mundo possam participar das energias da Ressurreição Dele. Todos possam “conhecer e experimentar a força de sua Ressurreição” (Fl 3,10). É em sua força que poderemos exercer a influência transformadora no mundo e no coração das pessoas para dar vida e ressurreição.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2010
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