Jesus, vindo da Galiléia, passa por Jericó e vai para Jerusalém onde vai sofrer a morte e ressuscitar, como predissera. Seus milagres têm a ver com o seguimento do discípulo. À beira do caminho está um cego, de nome Bartimeu, pedindo esmola. Jesus o cura. A cura do cego é um ensinamento para a comunidade de Marcos. Para compreender Jesus, sua morte e ressurreição é necessário ter os olhos abertos pela fé. O cego, depois de curado, segue Jesus. Ele professa sua fé: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”. O ato de fé vem antes da visão física, pois chama Jesus com o nome de “Filho de Davi”, isto é, Messias de Deus. Primeiramente abriram-se os olhos da fé, pois reconhece Jesus. Depois se recupera da cegueira física. É como disse Jesus a Tomé “Felizes os que não viram e creram” (Jo 20,29). Crer em Jesus é um ato que pode sofrer bloqueios, como vemos: “Muitos o repreendiam para que se calasse” (Mc 10,48). Ele clama a Jesus: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim” (Mc 10,48). Jesus manda chamá-lo. Os que o repreendiam o animam: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (49). Estabelece-se o diálogo : “‘Que queres que eu te faça?’ O cego responde: ‘Mestre, que eu veja!’ E Jesus disse; ‘Vai, tua fé te curou’! No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho” (51-52). O ato de fé faz o cego “enxergar” Jesus e seguir o seu caminho para Jerusalém. Ele segue Jesus pelo caminho que faz para Jerusalém. A comunidade também está a caminho no seguimento de Jesus. Este é o testemunho de fé que dá diante da cegueira da humanidade. Sua missão é dizer-lhe: Coragem, Ele te chama!
Obra do amor misericordioso
O povo do Antigo Testamento tem a experiência de um Deus que, mesmo punindo suas faltas, perdoa e traz de volta a vida e a alegria. Tantos povos existiram e foram destruídos, sem retorno. O povo escolhido, para realizar as promessas, sempre revive. As promessas de Deus são para os fracos sofredores. A eles é que vem a salvação. Estes reconhecem e cantam no salmo 125 e nós aclamamos no refrão “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!” Foi esta a experiência depois do exílio na Babilônia (597-538). O profeta Jeremias anuncia estes tempos de júbilo (Jr 31,7-9). A carta aos Hebreus reconhece em Jesus a compaixão dos que estão no exílio da fragilidade, pois “Ele sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque Ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb 5.2). A misericórdia de Deus em Cristo é obra do amor misericordioso. Jesus não mostra um Deus justiceiro, mas misericordioso. Jesus já pregou nossos pecados na cruz.
Dimensão humana do sacerdócio
Jesus sumo-sacerdote apresentado pela carta aos Hebreus é o homem carregado de fragilidades. Seu esplendor serão suas chagas, as nossas que carregou (Is 53,4). Refletindo sobre o sacerdócio, entendemos que em Cristo temos o modelo de humanidade: “Tirado do meio dos homens e constituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus” (Hb 5,1). O caminho do sacerdócio exige abertura dos olhos aos necessitados, como tinha Jesus. O serviço sacerdotal deve expressar a misericórdia de Deus. O sacerdócio, visto só sob o aspecto Divino, distancia-se do Cristo Sacerdote que se fez humano, em tudo como nós. Em cada Eucaristia temos a oportunidade de ter a esperança na misericórdia.
Leituras:Jeremias 31,7-9; Salmo 125;
Hebreus 5,1-6; Marcos 10,46-52
1. Jesus, cura o cego Bartimeu. Esta cura é um ensinamento para a comunidade de Marcos. Para compreender Jesus é preciso ter os olhos abertos pela fé. O cego professa fé: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”. O ato de fé vem antes da visão física. Reconhece Jesus pela fé. A visão conduz ao seguimento. “Felizes os que creram sem ter visto”, diz Jesus. A fé sofre obstáculos, mas também recebe apoio: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. O ato de fé faz o cego enxergar e seguir Jesus em seu caminho. É esse o testemunho que a comunidade dá diante da cegueira da humanidade.
2. O povo do Antigo Testamento tem a experiência de um Deus que, mesmo punindo suas faltas, perdoa e traz de volta a vida. As promessas de Deus são para os fracos e os sofredores. O povo reconhece as maravilhas que Deus faz, como o retorno do exílio da Babilônia. A epístola aos Hebreus apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que tem compaixão porque Ele mesmo está cercado de fraqueza. Cristo é a misericórdia do Pai.
3. Jesus é um homem carregado de fragilidades. Seu esplendor são nossas chagas. Refletindo sobre o sacerdócio, entendemos que em Cristo temo o modelo de humanidade: “Tirado do meio dos homens e constituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus”.O caminho do sacerdócio exige abertura dos olhos aos necessitados como tinha Jesus. O serviço sacerdotal deve expressar a misericórdia de Deus. Este serviço não pode ser visto só sob o aspecto Divino, mas também humano.
Ceguinho chato
Jesus continua seu caminho de cura. O homem à beira do caminho, cego ouve que Jesus está passando. Insiste gritando, apesar de mandarem que ele se cale: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!
Vê Jesus com os olhos da fé.
Na fé em Jesus pede para ver: Jesus lhe diz: “Que queres que eu te faça”. Responde: “Que eu veja”.
Jesus diz: “Vai, tua fé te curou”.
Ele segue Jesus. Cura para seguir Jesus. Jesus abre os olhos para que veja o caminho de seu seguimento. O milagre serve para gente abrir os olhos e ver melhor.
O profeta anuncia estes tempos novos. O salmo mostra as maravilhas do retorno do exílio.
Hoje vemos Jesus pela fé e o seguimos. Já fomos curados de nossas cegueiras.
Homilia do 30º Domingo do Tempo Comum (27.09.2009)
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