Marcelino (Marcellinus) nasceu em Roma, provavelmente em 250.
Pouco ou nada se sabe da sua vida antes do começo do seu pontificado que começou a 30 de junho de 296 e durou até 25 de outubro de 304, ano em que foi martirizado durante a grande perseguição organizada pelo imperador Diocleciano, “homem grande, magro, de nobre estatura e de olhar penetrante”, mas “impassível e que cultivava e mesmo dissimulava um temperamento violento, sujeito a contradições frequentes”, “um dos três imperadores que a história permite então de admirar”, escreve o historiador da Igreja, Daniel Rops.
Os motivos exactos desta perseguição que começou em 295 — um ano após a chegada do Papa Marcelino ao Sumo Pontificado —, continuam obscuros, e nada parecia anunciar que o grande reformador do império romano, zeloso pela unidade deste, enveredasse por este trágico caminho: perseguir e martirizar os cristãos, como se estes fossem culpados dos problemas políticos que agora começavam a aparecer.
Deus assim o permitiu, para que “o sangue das vítimas fosse semente de cristãos”.
Sabe-se igualmente que foi durante o pontificado do Papa Marcelino que “nasceu” o primeiro país cristão: a Arménia.
O corpo do santo Pontífice, segundo o Liber Pontificalis, foi sepultado a 26 de abril no cemitério de Priscilla, sobre a Via Salaria, 25 cinco dias após o seu martírio; todavia o Catálogo liberiano diz que foi em 25 de outubro, mas isso pouco importa, visto que o principal é saber onde se encontram os seus restos mortais de maneira que os cristãos os possam venerar.
Após um certo lapso de tempo, durante o qual não houve Papa, São Marcelo sucedeu a São Marcelino. Passado quase um século após a sua morte, os inimigos do bispo de Roma, particularmente os donatistas, acusaram o Papa Marcelino de ter queimado incenso diante dos deuses romanos. Esta acusação foi combatida e refutada por santo Agostinho, o qual afirmava que nenhuma prova existia que corroborasse uma tal acusação.
Efectivamente, se o facto fosse verdadeiro, se Marcelino tivesse renegado a sua fé e incensado os deuses romanos, não faltariam provas, não só verbais mas também escritas, provas que jamais existiram.
O que é certo é que o túmulo do Papa Marcelino se tornou, para os cristãos de então, um lugar de peregrinação e de recolhimento.
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