segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

EVANGELHO DO DIA 12 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 21,23-27. 
Naquele tempo, Jesus foi ao Templo e, enquanto ensinava, aproximaram-se dele os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes tudo isto? Quem Te deu tal direito?» Jesus respondeu-lhes: «Vou fazer-vos também uma pergunta e, se Me responderdes a ela, dir-vos-ei com que autoridade faço isto. Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a deliberar, dizendo entre si: «Se respondermos que é do Céu, vai dizer-nos: "Porque não lhe destes crédito?" E se respondermos que é dos homens, ficamos com receio da multidão, pois todos consideram João como profeta». E responderam a Jesus: «Não sabemos». Ele por sua vez disse-lhes: «Então não vos digo com que autoridade faço isto». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Beda o Venerável (673-735)
Monge beneditino, doutor da Igreja 
Sermão n.º 1; CCL 122, 2 
«Todos consideram João como profeta» 
Se perguntarmos porque é que João batizava, uma vez que não podia remir os pecados com o seu batismo, a razão é bem clara: para ser fiel ao seu ministério de Precursor, João tinha de batizar antes do Senhor, tal como nascera antes dele, pregava antes dele e morreria antes dele. Mas também o fazia para impedir que as invejas quezilentas dos fariseus e dos escribas recaíssem sobre o ministério do Senhor, como aconteceria se fosse Ele o primeiro a dar o batismo aos homens. «Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?». Tal como não ousaram negar que vinha do Céu, assim também seriam constrangidos a reconhecer que as obras daquele sobre quem João pregava eram realizadas por um poder que vinha do Céu. O batismo de João não remia os pecados, mas não deixava de ser fecundo para aqueles que o recebiam: era um sinal de fé e de arrependimento, isto é, lembrava a todos que deviam abster-se do pecado, dar esmola, crer em Cristo e apressar-se a pedir o seu batismo quando Ele aparecesse, para remissão dos seus pecados. Por outro lado, o deserto onde João habitava representa a via dos santos, que se afastam dos prazeres deste mundo. Quer vivam na solidão, quer no meio da multidão, eles tendem com toda a sua alma a desligar-se dos desejos deste mundo, e só encontram alegria quando se ligam a Deus no segredo do seu coração e põem toda a sua esperança nele. Era para essa solidão da alma, tão cara a Deus, que o profeta desejava tender, com a ajuda do Espírito Santo, quando dizia: «Quem me dera ter asas como a pomba, para poder voar e encontrar abrigo!» (Sl 55,7).

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