Evangelho segundo São Mateus 9,32-38.
Naquele tempo, apresentaram a Jesus um mudo possesso do demónio.
Logo que o demónio foi expulso, o mudo falou. A multidão ficou admirada e dizia: «Nunca se viu coisa semelhante em Israel».
Mas os fariseus diziam: «É pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónios».
Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as doenças e enfermidades.
Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos:
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara».
Tradução litúrgica da Bíblia
fundador de comunidades religiosas
Conversas Espirituais com os Missionários
«Pedi ao Senhor da seara que mande
trabalhadores para a sua seara»
Muitos são os que, por terem o exterior bem cuidado e o interior cheio de grandes sentimentos de Deus, se ficam por aí, contentando-se com as suaves conversas que mantêm com Deus na oração. Não nos enganemos: temos o dever de passar aos atos. E tanto assim é que o apóstolo São João nos declara que só as nossas obras nos acompanham para a outra vida (Ap 14,13). Tenhamos pois atenção a isto; tanto mais que, neste século, muitos há que parecem virtuosos, e que na verdade o são, mas que pendem mais para uma via mole e adocicada do que para uma devoção laboriosa e sólida.
A Igreja é comparada a uma grande seara que precisa de trabalhadores, mas de trabalhadores que trabalhem. Não há nada mais conforme com o Evangelho do que, por um lado, reunir luzes e forças na oração, na leitura e na solidão, e depois ir partilhar com os homens esse alimento espiritual. É fazer como fez Nosso Senhor e, depois dele, os apóstolos; é juntar a ação de Marta à de Maria; é imitar a pomba que digere até meio a comida que apanhou, e depois a vai metendo no bico das crias para as alimentar. É assim que devemos fazer, é assim que devemos testemunhar a Deus, pelas nossas obras, quanto O amamos. É nosso dever passar aos atos.
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