Luís Maria Palazzolo nasceu a 10 de dezembro de 1827 em Bérgamo e foi o último de oito irmãos, dos quais só ele sobreviveu: a mortalidade infantil era então muito grande, porque as vacinas e os antibióticos ainda não existiam. Em 1837 ficou órfão de pai e recebeu de sua piedosa mãe, uma educação voltada para a caridade para com os pobres e doentes.
Luís teve a felicidade de ter excelentes diretores espirituais, que o dirigiram para a vida consagrada. Foi ordenado sacerdote pelo Bispo de Bérgamo a 23 de junho de 1850 e quase a seguir se envolveu no apostolado na paróquia de Santo Alexandre in Colonne, no oratório instalado nesta localidade “la Foppa” e depois na igreja de São Bernardino da qual foi nomeado abade em 1855.
Durante os anos seguintes, ele fundou a Congregação das “Irmãs Pobres”, com a colaboração de Teresa Gabrieli, mulher experimentada e de grande fé, que veio a ser a primeira Superiora da nova comunidade. Alguns anos mais tarde, a 4 de outubro de 1872 Luís Maria fundou o Instituto dos Irmão da Sagrada Família, para a assistência aos órfãos e estabeleceu-os em Torre Boldone, mas este Instituto foi encerrado em 1928.
Entretanto, as “Irmãs do Pobres” expandiam-se, abrindo diversas casas nas províncias de Bérgamo, Vicenza, Bréscia, entre outros locais. As Regras do Instituto foram aprovadas pelo Bispo de Bérgamo, Monsenhor Guindani e, em 1912 pela Santa Sé, de maneira definitiva.
Grande orador popular, Luís Maria pregou missões e exercícios espirituais. Organizador do tempo livre dos seus fiéis, encenou comédias e outras peças de teatro com o fim de chamar os jovens. No seu oratório entraram quarenta jovens desejosos de prosseguir os estudos e se tornarem sacerdotes.
As Irmãs Pobres, quanto a elas, segundo uma estatística de 1970 conseguiram abrir e gerir 133 casas e o número de Irmãs chegou a atingir o número de 1400, com centenas de noviças e postulantes.
A Congregação está presente em Itália, Luxemburgo, Suíça, França e na África e a sua obra abrange todos os setores sociais: educação, assistência e conforto para os mais necessitados.
O Padre Luís Maria Palazzolo morreu a 15 de junho de 1886 e foi enterrado no cemitério de São Jorge em Bérgamo. Em 4 de janeiro de 1904, o seu corpo foi transladado para a igreja da Casa-mãe do Instituto. Em Foi beatificado em Roma pelo Papa João XXIII, a 19 de março de 1963, que emocionado, na sua homilia nos deixa esse testemunho:
Esta tarde, outra figura une-se à coroa dos santos e abençoados, que une o Céu e a Terra com um vínculo de caridade. Vocês podem imaginar o tumulto de lembranças e sentimentos que invadiram o coração do papa; não a destruiu, a amoleceu.
É sobre Luís Maria Palazzolo, um padre de Bergamo, que viveu de 1827 a 1886. Da glória de sua beatificação, ele fala com o papa, seu compatriota, que aos cinco anos de idade ouviu pela primeira vez seu venerado nome; e então sempre, nos anos do seminário, padre e bispo, ele suspirou por esse dia, que a Providência o concedeu para viver como bispo de Roma.
Assim, o Beato Luís Maria fala com seus irmãos em Bergamo das gerações sacerdotais que se sucederam desde 1886, o ano de sua morte; ele fala particularmente às freiras que receberam dele seu nome e espírito; estamos nos referindo às Irmãs dos Pobres. Hoje, o supremo magistério da Igreja traz à luz todo um poema de humildade, lembrança e sacrifício.
Veneráveis irmãos e queridos filhos: Essa soma de graças celestes e correspondência humana merece algumas reflexões.
O novo abençoado, cuja virtude heroica decretamos em 15 de julho de 1962, é um sacerdote do clero secular. Ele pertence à série de almas consagradas inteiramente ao Senhor, que se oferecem à própria diocese com absoluta dedicação, nas mãos do bispo, ao serviço do povo cristão. E durante esse serviço, que quase sempre ocorre décadas e décadas em uma pequena paróquia ou em uma instituição modesta, eles não buscam outra coisa senão a prática das virtudes - "quem subirá ao monte do Senhor?" (Sl 23,3) - e pretendem escalar a montanha sagrada, cujo nome está resumido nas virtudes teológicas: fé, esperança e caridade; e nas virtudes cardeais: prudência, justiça, força e temperança.
O Papa Francisco em 29 de novembro de 2019 autorizou a promulgação do Decreto concernente a um milagre pela sua intercessão, e agora aguardamos a data de sua canonização.
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