Evangelho segundo São Lucas 17,1-6.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os provoca.
Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao mar, do que ser ocasião de pecado para um só destes pequeninos.
Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.
Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás».
Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé».
O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela vos obedeceria».
Tradução litúrgica da Bíblia
Homilia 13; PG 40, 335s
«Se teu irmão cometer uma ofensa,
perdoa-lhe»
Vós, que sois duros e incapazes de gestos amáveis, aprendei da bondade do vosso Criador e não sejais juízes amargos e árbitros para os vossos companheiros, enquanto esperais a vinda do Senhor omnipotente, que revelará as dobras dos corações e atribuirá a cada um o seu lugar na outra vida. Não façais juízos severos, a fim de não serdes também vós julgados e trespassados pelas palavras da vossa própria boca como por dentes afiados. Com efeito, é contra este género de delito que parece advertir-nos esta palavra do Evangelho: «Não julgueis e não sereis julgados» (Lc 6,37). Ao dizer isto, não está a banir o discernimento e a sabedoria: aquilo a que chama juízo é uma condenação severa. Assim, pois, aligeira o mais que puderes o peso da tua medida, se queres que os teus atos não pesem demasiado no prato quando a nossa vida for pesada, como numa balança, no juízo de Deus. Não te recuses a ter misericórdia, a fim de que tu próprio não sejas excluído do perdão quando tiveres necessidade dele.
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