Domingos Jorge nasceu em Vermoim da Maia, perto do Porto (Portugal). Muito jovem, partiu como soldado para a Índia. Aventureiro por natureza, empreendeu viagem para o Japão, onde nesse tempo reinava furiosa perseguição. O catolicismo era proibido. Todos os missionários que fossem identificados, eram mortos, e acontecia o mesmo também todos aqueles que os acolhessem em suas casas. Apesar de todos os riscos, os missionários não quiseram abandonar os cristãos para os instruir, animar e lhes administrar os sacramentos. Estes martírios deram-se entre 1603 e 1639, sob o “shogunato” (governo militar) dos Tokugawa, que consideravam o Cristianismo um “elemento de influência ocidental e um perigo para a ordem social e religiosa”.
Domingos Jorge casou com uma jovem japonesa, à qual o missionário português, Padre Pedro Gomes, oito dias após o nascimento, dera o nome de Isabel Fernandes. Vivia este casal modelo no amor de Deus, na paz e na felicidade, em Funai, perto da cidade de Nagazáki. Eram membros fervorosos da Fraternidade do Rosário, ligada aos jesuítas. Por bondade e piedade, receberam em sua casa dois missionários jesuítas escondidos, o padre Carlos Spínola, italiano, e o Irmão Ambrósio Fernandes, português, além do catequista japonês João Kingoku.
Na noite de 13 de Dezembro de 1618, o governador de Nagasáki, Gonrócu, ordenou aos seus soldados que prendessem os dois missionários juntamente com o dono da casa, Domingos Jorge. Após um ano de prisão, Domingos Jorge foi morto juntamente com outros quatro companheiros. Leonardo Kimura, o único consagrado do grupo, era neto do primeiro japonês baptizado por S. Francisco Xavier. Domingos Jorge, após escutar a sentença, pronunciou estas palavras: "Aprecio mais esta sentença do que se me fizessem Senhor de todo o Japão". Quis ir a pé e descalço até ao monte, chamado “Monte Santo”, situado à saída da cidade, que ganhou o nome por ser regado por tanto sangue cristão, desde o de S. Paulo Miki, 22 anos antes. A multidão seguia com interesse o que ia acontecer, mas muitos cristãos procuravam apenas escutar as últimas exortações dos mártires. Dessa vez não houve sangue, porque todos, incluindo Domingos Jorge, foram queimados, rezando o Credo. As suas cinzas foram deitadas ao mar.
Três anos depois, a 10 de Setembro de 1622, também a esposa, Isabel, e o filhinho, Inácio (de quatro anos de idade), foram martirizados.
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