segunda-feira, 19 de abril de 2021

EVANGELHO DO DIA 19 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 6,22-29. 
Depois de Jesus ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-no a caminhar sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar notou que ali só estivera um barco e que Jesus não tinha embarcado com os discípulos; estes tinham partido sozinhos. Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-lo no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?». Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar naquele que Ele enviou». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Charles de Foucauld(1858-1916) 
Eremita e missionário no Saara 
Notas de retiro,Nazaré,Nov. de 1897 
«A obra de Deus consiste em acreditar 
naquele que Ele enviou» 
Os sentidos são curiosos; a fé, pelo contrário, nada deseja conhecer, mas gostaria de passar toda a sua vida imóvel ao pé do tabernáculo. Os sentidos amam a riqueza e as honras; a fé tem-lhes horror: «Bem-aventurados os pobres» (Mt 5,3). Ela aprecia a pobreza e a abjeção de que Jesus Se cobriu toda a sua vida, como de veste inseparável. Os sentidos temem aquilo a que chamam perigos, aquilo que pode trazer dor ou morte; a fé nada teme, sabe que só lhe acontecerá o que Deus quiser — «até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados» (Mt 10,30) — e que o que Deus quer será sempre para o seu bem, pois «tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus» (Rom 8,28). Assim, aconteça o que acontecer, tristeza ou alegria, saúde ou doença, vida ou morte, fica antecipadamente contente e não tem medo de nada. Os sentidos inquietam-se com o amanhã, perguntam-se como viverão amanhã; a fé não tem inquietação alguma. A fé ilumina tudo com uma luz nova, que não é a luz dos sentidos, que é mais brilhante que ela ou diferente dela. Assim, aquele que vive de fé tem a alma plena de pensamentos novos, de gostos novos, de juízos novos; há horizontes novos que se abrem à sua frente, horizontes maravilhosos iluminados por uma luz celeste e de beleza divina. Com base nestas verdades novas que o mundo não imagina, começa uma vida nova, oposta ao mundo, para o qual os seus atos são uma loucura. O mundo está nas trevas, imerso numa noite profunda. O homem de fé está em plena luz, embora o caminho luminoso que percorre não seja visível com olhos humanos; para eles, é como se caminhasse no vazio, como um louco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário