Evangelho segundo São Lucas 6,36-38.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados.
Dai e dar-se-vos-á; deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1904-1964)
Missionária das pessoas da rua
«A alegria de crer»
«Sede misericordiosos, como o
vosso Pai é misericordioso».
Ser misericordioso não parece ser tarefa fácil.
Já bem basta sofrermos as nossas misérias, quanto mais sofrermos as daqueles com quem nos cruzamos.
O nosso coração recusar-se-ia a passar por isso se houvesse outras maneiras de obter misericórdia.
Não nos queixemos, pois, de ficar muitas vezes de lágrimas nos olhos ao deparar com tantas dores pelo caminho.
É por elas que ficamos a conhecer a ternura de Deus. Assim como precisamos de um cadinho resistente para o metal fundido,
quando está possuído e trabalhado pelo fogo,
assim também Deus precisa de corações sólidos, onde possam coabitar sem dificuldade
as nossas sete misérias em busca de cura e a misericórdia eterna com necessidade de redenção.
E, embora o nosso coração mostre tantas vezes desagrado por ter de tocar de perto essa pasta de miséria que nunca sabe bem se é sua ou de outros, não trocaria essa tarefa por nenhuma outra,
pois alegra-o aproximar-se deste fogo inextinguível
que é uma prova do amor infinito de Deus.
Habituamo-nos de tal maneira a essa presença do fogo
que procuramos espontaneamente tudo o que lhe permita continuar a arder,
tudo o que é pequeno e fraco,
tudo o que geme e sofre,
tudo o que peca, rasteja e cai,
tudo o que precisa de ser sarado.
E entregamos, em comunhão com esse fogo que arde em nós, as dores de todos quantos passam por nós, para que sejam tocados e sarados.
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