quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Crescei e multiplicai-vos”!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Refletimos
  sobre a vigilância e a espera da vinda de Jesus. Ela não quer nos amedrontar, mas ensinar a bem viver o tempo da espera. A espera de Cristo é frutuosa. Os frutos estão elencados nas exigências para entrar no Reino. Logo após este texto teremos o grande julgamento: “Vinde benditos para o Reino de meu Pai recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era estrangeiro e me acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e preso e me visitastes” (Mt 25,34-36). São as coisas simples e corriqueiras do dia a dia, aquelas que podemos fazer sem nos complicar. 
A parábola dos talentos não tem a finalidade de dar uma demonstração de contabilidade, mas de corresponder ao projeto de Deus de “crescer, multiplicar-se e encher a terra” (Gn 1,28). A multiplicação não é somente na população, mas da pessoa. 
O Reino de Deus é composto de homens e mulheres cheios de sabedoria: “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas...sejamos vigilantes e sóbrios” (1 Ts 5,5-6), diz a segunda leitura. Esta sabedoria “viçosa” é uma resposta positiva àquela acusação de Jesus quando diz “os filhos deste século são mais espertos com sua geração que os filhos da luz” (Lc 16,8). Nos negócios humanos, eles produzem bem, nos espirituais, os filhos da luz perdem na esperteza e no seu bom uso. A parábola de hoje está estimulando a cada um a produzir os frutos dos dons que possui. Primeiro, é preciso saber que dons eu tenho. Ninguém acusa na confissão que não está fazendo render os talentos que recebeu. É um marasmo espiritual que dá medo. Nós nos satisfazemos com alguns Sinais-da-cruz mal traçados e umas ave-marias atropeladas. E o veio de ouro que se tem dentro, por que “dorme eternamente em berço esplendido”? Não é esta a imagem da mulher forte apresentada pelo livro dos Provérbios na primeira leitura. 
É maravilhoso ver como as plantas crescem e produzem flores e frutos. A jabuticabeira é escandalosa na abundância de seus frutos. Não somos árvores que são sempre iguais, mesmo se belas. Nós somos chamados à criatividade: Produzimos sempre coisas novas. Mesmo que façamos as mesmas coisas, são sempre novas, pois vivemos a novidade de Jesus Ressuscitado que nos dá o Espírito Santo como um dom sempre novo. Igualmente podemos tirar nosso modelo em Jesus “que crescia em sabedoria idade e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). 
Produzir fruto envolve prudência, mas exige riscos. O infeliz que guardou o dinheiro, não quis arriscar no pouco e, por isso, perdeu muito. A fidelidade a Deus supõe que tenhamos coragem de aplicar o pouco que temos e empatá-lo para que produza. Produzindo frutos, podemos ter a certeza de que receberemos mais. Não usando os dons, perdemos até os que temos. É preciso “crescer e multiplicar-se”. 
(Provérbios 31,10-31;1 Tessalonicenses 5,1-6; 
Mateus, 25,14-30)
Homilia do 33º domingo do tempo comum
EM NOVEMBRO DE 2002

Nenhum comentário:

Postar um comentário