PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADOS 44 ANOS SACERDOTE |
Quando nos sentimos arrasados com nossa vida humana e, sobretudo espiritual, podemos ter uma certeza: temos uma casa para onde voltar, com a porta sempre aberta e com um Pai de braços abertos a nos esperar. E não só podemos voltar, mas podemos voltar e receber de volta tudo o que perdemos. Este é o tema da celebração deste domingo.
Conhecemos bem a parábola do filho pródigo, mas não a conhecemos bem. Jesus neste evangelho, diante da situação dos pecadores e publicanos que eram rejeitados pelos fariseus e acusavam Jesus de se misturar com esta gente, Ele conta a parábola do Pai Misericordioso. Nós chamamos a parábola do filho pródigo. Jesus contrapõe o amor do pai que recebe o filho e a má vontade do irmão mais velho em receber o irmão mais novo que errou. Ele descreve bem a situação do pecado e mais ainda a situação do pai que ama e quer de volta o filho perdido.
Vemos no Antigo Testamento Deus perdoando o povo. Deus sempre perdoa. É este o sentimento fundamental para a vida da comunidade. A porta estreita do Evangelho é a também a misericórdia de Cristo, nosso irmão mais velho que, seguindo o mesmo sentimento do Pai, acolhe cada um de nós, qualquer seja nossa situação. Vejamos o povo de Israel que tendo recebido os maiores milagres de Deus, tem a capacidade de fazer um bezerro de ouro e dizer: este é o deus que te fez sair do Egito. E pela intercessão de Moisés Deus desiste de destruir o povo. O Deus Homem, Jesus, não tem palavras de ameaça, só de perdão. A segunda leitura diz: Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores. Paulo é o primeiro a sentir a misericórdia, pois ele mesmo perseguira Cristo na pessoa dos cristãos.
Nossa vida diante desta Palavra: sofremos em nós mesmos o peso do pecado, e como diz o salmo 50, pedimos a misericórdia. Sofremos de um mal muito grande que é a insegurança da salvação devido aos nossos pecados. Achamos que não merecemos o perdão. Não é correto este pensamento. Não podemos também ser como o irmão mais que diz: este teu filho gastou tudo com as prostitutas. O pai devolve-lhe a fraternidade: este teu irmão estava morto e voltou a viver, perdido e foi encontrado. Era necessário fazer uma festa. Sua volta é sempre uma festa. Ser igual ao Pai é ser misericordioso.
Os que condenam os pecadores, vêem somente o mal, rejeitam os fracos, pecadores e humilhados pela vida, não tem a mentalidade e o modo de ser do Pai. São o irmão mal humorado que se tem por bonzinho e, mesmo vivendo na casa do pai, não aprendeu sua maior lição: a misericórdia que é o mandamento fundamental de Jesus.
(Leituras: Ex. 32,7-11.13-14; 1 Tim 1,12-17; Lucas, 15,1-3.11-32)
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