segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “O único mandamento”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Um Reino aberto a todos 
A primeira leitura da liturgia deste 6º Domingo da Páscoa é forte como a retirada da pedra que fechava o túmulo de Jesus. Essa foi movimentada por mãos de anjos. A pedra que impedia os pagãos de chegarem ao Evangelho foi retirada pelo Espírito Santo. O texto é mais amplo e conta a visão de Pedro, na qual Deus declarando que todos os alimentos são puros, ensina que também os pagãos são destinados à salvação. Pedro e os fiéis, de origem judaica, viram a ação do Espírito Santo nos pagãos, antes do batismo. Com sabedoria reconhecem que não se pode negar o Batismo a quem Deus não negou o Espírito Santo antes do Batismo. Esse acontecimento confirma a salvação para todos os povos. O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações. Ser Reino aberto a todos não significa somente que todos podem participar do Reino, mas também que o Reino está aberto às culturas de todos os povos. Não precisava ser judeu para acolher o Evangelho. Nós somos descendentes desses povos novos pagãos que acolheram o alegre anúncio. A bem dizer que, desde o início vemos crescer o número dos pagãos que acolhem o Evangelho e o anunciam com vigor. Que não falte agora a capacidade de acolher as “riquezas dos povos”, como nos ensina o Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja no documento Ad Gentes, nº 10 e 22. É o maravilhoso intercâmbio. A imposição de uma cultura sobre o Evangelho é negar a ação do Espírito Santo.
Espírito fonte do amor 
Jesus é movido pelo Espírito Santo. Agora o Espírito abre os corações ao Reino de Deus como abriu o de Jesus, para construir o mundo, ter nas mãos o projeto de Deus. Deus é para todos. Não para um grupo especifico. A Ressurreição de Jesus não é um acontecimento de sacristia. Em campo aberto tira todos os empecilhos para que a notícia chegue aos confins do Universo. É a força do Espírito que impele a levar adiante a energia Divina do amor. Por isso Jesus insiste: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,10). O amor que recebemos de Jesus é o mesmo que recebe do Pai. É um amor doação: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando”. O que o Pai manda? “Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,13-17). Nesse amor temos o conhecimento de Deus e como Ele ama. O amor do Pai é o mesmo do Filho: amor de doação: “Foi assim que se manifestou o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio Dele”. O amor que possuímos é o próprio amor de Deus e seu modo de amar que estão em nós: “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). 
O Amor, vida do Reino
Rezamos na oração: “Nossa vida corresponda aos mistérios que celebramos. E mais ainda, é fruto do sacramento pascal que nos dá sua força salutar (Pós comunhão). Toda a celebração tem a dimensão da fé e da ação no dia a dia, se não é morta. A vida se fará pelo conhecimento de Deus através do amor: “O amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus... pois Deus é amor” (1Jo 4,7-8). Guardar os mandamentos é a garantia do amor. O amor produz frutos: “Eu vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos e o vosso fruto permaneça. Então o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos concederá” (Jo 15,16). Produzir frutos é amar.

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