quarta-feira, 6 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Ensinamento com autoridade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
(Ao fundo o sempre estimado missionário redentorista
PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO!
Ser profeta em tempos maus 
A pregação de Jesus provocava grande admiração no povo. Ele via Nele um profeta e um mestre diferente do modelo ao qual já estavam habituados a ver nas sinagogas. O poder que Jesus demonstrava não estar apenas em seus milagres e no choque com os demônios, como nos diz Marcos. O que impressionava era o modo como ensinava. Jesus continua a vida da sinagoga num ritmo novo, buscando na Palavra de Deus sustento para a vida do povo. Não ficava repetindo frases feitas e tradições inúteis, aquelas que muito O irritavam. Ele é profeta. Havia um ensinamento que vinha do Deuteronômio (18,15), sobre um profeta como Moisés. Esse seria o Profeta e não simplesmente um profeta a mais. Vimos nos textos sobre João Batista que lhe perguntaram se ele não seria o Profeta. “Ele disse: Não!” (Jo 1,20). Ensinar com autoridade não era uma questão de poder, mas de densidade de pregação que nascia de seu interior no contato com a Palavra e com o Autor dessa Palavra. Jesus, homem que buscava o Pai, tinha na sua oração a capacidade de acolher as palavras do coração do Pai. Os tempos são maus em todos os tempos, pois o mal faz seus discípulos e impõe ao mundo suas maldades. A força profética de Jesus é descartar esse poder, que diziam ser possessão do demônio. Marcos mostra a vitória de Jesus contra o mal. O demônio o chama de Santo de Deus. Diante do Bem, o mal confessa sua inutilidade. Iniciando o novo tempo litúrgico somos convocados a seguir o Profeta Jesus. 
Não fecheis o vosso coração 
Pela abertura do coração à Palavra de Deus podemos tirar o mal, o demônio, do caminho da fé. A tentação está presente na vida do homem e da mulher desde o início da humanidade. Deus não nos fez bonecos que Ele molda sem nossa participação. Deus quer que O escolhamos, que abramos nosso coração a sua presença e a sua graça salvadora. O mal nos faz escravos; a graça nos torna livres. Deus não se impõe, propõe. Diante do anúncio dado pelo profeta Jesus, somos convidados a abrir o coração: “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: ‘Não fecheis os corações como em Meriba’” (Sl 94). Jesus não vai tirar nossos “demônios” com gritos, mas com nossa colaboração de fé. Não busquemos milagres em nossa vida cristã. O grande milagre é ouvir a Palavra e converter nosso coração mudando nossas vidas a partir da Palavra de Jesus. Seu ensinamento movia os corações. Quem procura ser profeta de Jesus, anunciador de sua Palavra e Vida, tem que ser coerente. É triste ver os cristãos com vida dupla. Uma coisa na Igreja e outra na rua. 
Equilíbrio, fé e vida 
A vida de fé exige sempre uma vida coerente. Paulo, na carta aos Coríntios (2Cor 7,32-35) coloca uma questão difícil. Os cristãos esperavam a volta de Cristo ainda naquela geração. Jesus deixara algumas questões que levavam a esse pensamento. Então, por que se casar e não aproveitar para preparar a vinda do Senhor? O casamento exige muita preocupação e ocupação para viver bem casado. Nem por isso é contra o casamento e a vida afetiva. Queria que fossem como ele dedicados ao Senhor. Podemos entender o ensinamento de Paulo na sua totalidade: em qualquer circunstância da vida que escolhamos, vivamos para o Senhor na caridade como nos vai indicar em outros textos. A caridade será sempre a raiz de todos os bens. Podemos também lembrar que toda vocação pode realizar plenamente o Evangelho em nossa vida.

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