quinta-feira, 17 de outubro de 2019

EVANGELHO DO DIA 17 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 11,47-54. 
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram. Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós levantais os monumentos. É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos; e eles hão de matar uns e perseguir outros’. Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas, que foi derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta geração. Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os que queriam entrar!». Quando Jesus saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas coisas, armando-Lhe ciladas, para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Balduíno de Ford(1190) 
abade cisterciense, depois bispo 
O sacramento do altar,II,1;SC93
«Os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente» 
Os que derramaram o sangue de Cristo não o fizeram para apagar os pecados do mundo. [...] Sem o saberem, porém, serviram o plano da salvação. A salvação do mundo não se realizou pelo seu poder, nem pela sua vontade, nem pela sua intenção, nem pelo seu ato, mas proveio do poder, da vontade, da intenção e do ato de Deus. Nesta efusão de sangue, com efeito, o ódio dos perseguidores não era só à obra, mas também ao amor do Salvador. O ódio fez o seu trabalho de ódio, o amor fez a sua obra de amor. Não foi o ódio, mas o amor que realizou a salvação. Ao derramar o sangue de Cristo, o ódio derramou-se a si próprio, «a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações» (Lc 2,35). Também o amor, ao verter o sangue de Cristo, se verteu a si próprio, para que o homem soubesse como Deus o amava: «Não poupou o seu próprio Filho» (Rom 8,32), «porque Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho único» (Jo 3,16). Este Filho único não foi oferecido porque os seus inimigos prevaleceram, mas porque Ele próprio quis: «Amou os seus e amou-os até ao fim» (Jo 13,1). O fim é a morte, aceite por aqueles que Ele ama; é o fim de toda a perfeição, o fim do amor perfeito: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13).

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