Evangelho segundo São João 3,31-36.
«Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da Terra, à Terra pertence e da Terra fala.
Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho.
Quem recebe o seu testemunho, confirma que Deus é verdadeiro.
De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos.
Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».
Tradução litúrgica da Bíblia
São João Paulo II(1920-2005)papa
Carta encíclica «Dominum et vivificantem»,
§10 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)
Deus dá o Espírito sem medida
Na sua vida íntima, Deus «é amor» (1Jo 4,8), amor essencial, comum às três Pessoas divinas: amor pessoal é o Espírito Santo, como Espírito do Pai e do Filho. Por isso Ele «perscruta as profundezas de Deus» (1Cor 2,10), como amor-dom incriado. Pode dizer-se que, no Espírito Santo, a vida íntima de Deus uno e trino se torna totalmente dom, permuta de amor recíproco entre as Pessoas divinas; e ainda, que no Espírito Santo Deus «existe» à maneira de dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse doar-se, desse ser-amor. Ele é Pessoa-amor. Ele é Pessoa-dom. Temos aqui uma riqueza insondável da realidade e um aprofundamento inefável do conceito de pessoa em Deus, que só a Revelação divina nos dá a conhecer.
Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na divindade, é amor e dom (incriado) do qual deriva, como de uma fonte, [...] toda a dádiva em relação às criaturas (dom criado): a doação da existência a todas as coisas, mediante a criação; e a doação da graça aos homens, mediante toda a economia da salvação. Como escreve o apóstolo São Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi dado» (Rom 5,5).
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