terça-feira, 15 de janeiro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Comemoração dos Fiéis Defuntos”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1645. Celebrando a Vida
Ao lado da celebração de Todos os Santos comemoramos a memória de todos os mortos. É momento de uma tristeza serena e de refletir sobre a na verdade da vida. Rezar pelos mortos já é uma tradição do Antigo Testamento como lemos no Segundo Livro dos Macabeus (2Mc 12,38-45). Já devia ser uma tradição. Nas catacumbas temos muitos testemunhos dessa prática de fazer oração pelos mortos. S. Mônica, mãe de Santo Agostinho, nos momentos finais de sua vida pediu a seus filhos que se lembrassem dela no altar do Senhor. Já era uma tradição na Igreja. A Igreja sempre rezou pelos mortos. Continuemos! Um dia vamos precisar de oração. A própria celebração de Finados, levando flores, acendendo velas e visitando um cemitério, é uma demonstração do valor dessa oração e dessa união que temos no Corpo Místico de Cristo. Rezamos por sua purificação. Ao terminar a vida, nem sempre estaremos com o coração puro. Aqui fazemos nossa maior caridade: a oração que sustenta e alimenta nossa vida e purifica nossos pecados. Somos um corpo e todos participam dessa purificação. A vida um dia termina. Por que então visitar os cemitérios, lembrar os mortos, se tudo acabou? Os cemitérios são o maior testemunho da vida que continua. Temos algo mais que a vida terrena: a vida eterna. Temos o costume de encomendar missas pelos mortos, sobretudo nas datas importantes de sétimo dia, trigésimo dia e um ano de falecimento. Contudo, em todas as missas rezamos por todos falecidos. Muitos gostam que seja citado o nome. É como que uma presença da pessoa que, por sinal, não desapareceu, mas está presente espiritualmente, pois a Eucaristia une vivos e mortos.
1646. Esperança da Ressurreição
A vida termina aqui, mas continua eterna. Há gente que ensina que a vida acaba com a morte. Pelos seus atos demonstra que crê na eternidade. Aqui encontramos a maravilha que Deus nos oferece: a ressurreição. Como isso vai funcionar, sabemos pela fé. Como Jesus ressuscitou dos mortos, nós também ressuscitaremos. Crer na ressurreição dos mortos é a melhor condição para viver bem a vida que nos é dada. Vivemos já a vida eterna na medida em que vivemos bem nossa vida, mesmo nos sofrimentos. Jesus não quer que nenhum de nós se perca, e coloca nisso sua missão: “Não desci do Céu para fazer minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas que os ressuscite no último dia” (Jo 6,39). Pela fé, temos a vida eterna. Todos ressuscitarão. Celebrar Finados é fazer uma profissão de fé na Ressurreição.
1647. Ele transformará nosso corpo
Como vai acontecer nossa ressurreição? É bom lembrar que tudo que acontecerá depois de nossa morte não nos é acessível a não ser através da Palavra de Deus que tem também muita linguagem simbólica. Paulo nos explica sobre a ressurreição em diversos lugares. No texto da liturgia de hoje lemos que nossa pátria é o Céu: “Somos cidadãos do Céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus”. Nossa ligação com a Vida Eterna se dá em Jesus. “Ele transformará nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso” (Fl 3,20-21). A transformação não elimina o que somos em nossa condição corpórea. Ela será transformada em uma condição espiritual. Nosso corpo é transformado. Não é deixada uma casca e solta o espírito, nossa alma. Seremos nós mesmos. A identidade pessoal não é modificada, mas levada à outra condição na qual é o espiritual que conduzirá nosso corpo. Seremos semelhantes a Cristo, como nos foi mostrado na Transfiguração.

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