A
festa da Ascensão de Jesus ao Céu está sem a devida consideração, mas faz parte
do Mistério Pascal de Cristo. Durante quarenta dias, depois da Ressurreição,
Jesus passou junto aos discípulos aparecendo-lhes muitas vezes, instruindo-os
sobre o Reino de Deus (At
1,3). Depois foi levado ao Céu. Uma nuvem O cobriu. Dois homens vestidos
de branco disseram: Por que estais a olhar para o Céu. Ele virá do mesmo modo
que vistes subir (At
1,10-11). Está clara aqui a missão dos apóstolos: Agora é tempo de levar
o testemunho a todos da terra. É o tempo do Espírito. Ele dissera: “Se eu não for, o Espírito Santo
não virá a vós” (Jo
16,7). A primeira missão do Espírito é fazer conhecer o Cristo na Glória
do Pai e nossa condição de redimidos. Não basta dizer que fomos salvos. Os
apóstolos, em suas pregações ao povo
salientavam que o Cristo, que fora crucificado, ressuscitara e fora exaltado à
direita de Deus, no sentido de pleno poder de sua Divindade, constituído Cristo
e Senhor. Proclamamos no prefácio: “Tornou-se o mediador entre vós, Deus, nosso
Pai, e a humanidade redimida, juiz do mundo e senhor do universo”. Paulo diz
ainda: “Ele pôs tudo sob seus pés e fez Dele, que está acima de tudo, a Cabeça
da Igreja, que é seu corpo, a plenitude Daquele que possui a plenitude
universal” (Ef 1,22-23).
Para Ele se encaminha todo o universo. A plenitude existirá quando Deus em
Cristo recapitular todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na
terra (Ef 1,10).
A missão de Cristo Glorificado é continuar a oferecer-se à humanidade e ser
nosso eterno intercessor (3º
Prefácio pascal). Ele envia o Espírito para realizar a redenção em
nossos corações. Os apóstolos recebem a missão de anunciar o evangelho a toda
criatura... Os discípulos saíram e pregaram por toda parte. O Senhor confirmava
suas palavras (Mc 16,15.20).
Espírito
de sabedoria
Além de confirmar na fé no Senhor
glorificado, Paulo nos faz conhecer a grandeza da vida cristã. É nessa que
fundamos nossa esperança. Não estamos ausentes da Glorificação do Ressuscitado.
Paulo reza por nós para que tenhamos sabedoria de conhecer Jesus. O
conhecimento de Jesus é fundamental para a vida Cristã. Possamos dizer como São
Paulo: “Sei em quem coloquei minha fé” (2Tm 1,12). A ação do Espírito de Cristo em nós abre nosso
coração à sua luz. Nela podemos saber qual é a esperança que seu chamamento nos
dá. Abre-nos a nossa dimensão de futuro. Nosso futuro está em Cristo
Glorificado. Nele percebemos a herança que nos está reservada. Unidos a Cristo temos a nosso dispor as
riquezas de Deus e seu poder a nosso favor. A Ascensão nos introduz na dimensão
de vida eterna. Fazemos parte de seu corpo que é a Igreja. As riquezas da graça
nos estimulam a viver mais intensamente a fé que professamos e o Espírito Santo
que nos conduz.
Nossa
vitória
Como somos ainda peregrinos tendo todos esses bens na promessa e não os
tendo ainda em mãos, suplicamos que um dia participemos definitivamente com
Cristo desses dons. Nas orações da missa
confirmamos nossa fé em fazer parte do corpo de Cristo e um dia participar de
sua Glória (oração).
Conscientes de nossa condição de cidadãos do Céu por nossa união a Cristo,
pedimos que nossos corações se voltem para o alto onde já está nossa humanidade
(Pós Comunhão).
Na Ascensão, Jesus não se afastou de nossa humanidade, mas dá-nos a certeza de
que nos conduzirá à glória da imortalidade (prefácio). Essa rica liturgia da Ascensão
tem o sabor da Páscoa eterna à qual somos chamados desde nosso batismo.
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