quarta-feira, 7 de novembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “E subiu ao Céu”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Se Eu não for, o Espírito não virá
            A festa da Ascensão de Jesus ao Céu está sem a devida consideração, mas faz parte do Mistério Pascal de Cristo. Durante quarenta dias, depois da Ressurreição, Jesus passou junto aos discípulos aparecendo-lhes muitas vezes, instruindo-os sobre o Reino de Deus (At 1,3). Depois foi levado ao Céu. Uma nuvem O cobriu. Dois homens vestidos de branco disseram: Por que estais a olhar para o Céu. Ele virá do mesmo modo que vistes subir (At 1,10-11). Está clara aqui a missão dos apóstolos: Agora é tempo de levar o testemunho a todos da terra. É o tempo do Espírito.  Ele dissera: “Se eu não for, o Espírito Santo não virá a vós” (Jo 16,7). A primeira missão do Espírito é fazer conhecer o Cristo na Glória do Pai e nossa condição de redimidos. Não basta dizer que fomos salvos. Os apóstolos, em suas pregações ao povo salientavam que o Cristo, que fora crucificado, ressuscitara e fora exaltado à direita de Deus, no sentido de pleno poder de sua Divindade, constituído Cristo e Senhor. Proclamamos no prefácio: “Tornou-se o mediador entre vós, Deus, nosso Pai, e a humanidade redimida, juiz do mundo e senhor do universo”. Paulo diz ainda: “Ele pôs tudo sob seus pés e fez Dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é seu corpo, a plenitude Daquele que possui a plenitude universal” (Ef 1,22-23). Para Ele se encaminha todo o universo. A plenitude existirá quando Deus em Cristo recapitular todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra (Ef 1,10). A missão de Cristo Glorificado é continuar a oferecer-se à humanidade e ser nosso eterno intercessor (3º Prefácio pascal). Ele envia o Espírito para realizar a redenção em nossos corações. Os apóstolos recebem a missão de anunciar o evangelho a toda criatura... Os discípulos saíram e pregaram por toda parte. O Senhor confirmava suas palavras (Mc 16,15.20).
Espírito de sabedoria
            Além de confirmar na fé no Senhor glorificado, Paulo nos faz conhecer a grandeza da vida cristã. É nessa que fundamos nossa esperança. Não estamos ausentes da Glorificação do Ressuscitado. Paulo reza por nós para que tenhamos sabedoria de conhecer Jesus. O conhecimento de Jesus é fundamental para a vida Cristã. Possamos dizer como São Paulo: “Sei em quem coloquei minha fé” (2Tm 1,12). A ação do Espírito de Cristo em nós abre nosso coração à sua luz. Nela podemos saber qual é a esperança que seu chamamento nos dá. Abre-nos a nossa dimensão de futuro. Nosso futuro está em Cristo Glorificado. Nele percebemos a herança que nos está reservada.  Unidos a Cristo temos a nosso dispor as riquezas de Deus e seu poder a nosso favor. A Ascensão nos introduz na dimensão de vida eterna. Fazemos parte de seu corpo que é a Igreja. As riquezas da graça nos estimulam a viver mais intensamente a fé que professamos e o Espírito Santo que nos conduz.
Nossa vitória
Como somos ainda peregrinos tendo todos esses bens na promessa e não os tendo ainda em mãos, suplicamos que um dia participemos definitivamente com Cristo desses dons.  Nas orações da missa confirmamos nossa fé em fazer parte do corpo de Cristo e um dia participar de sua Glória (oração). Conscientes de nossa condição de cidadãos do Céu por nossa união a Cristo, pedimos que nossos corações se voltem para o alto onde já está nossa humanidade (Pós Comunhão). Na Ascensão, Jesus não se afastou de nossa humanidade, mas dá-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade (prefácio). Essa rica liturgia da Ascensão tem o sabor da Páscoa eterna à qual somos chamados desde nosso batismo.
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