Martirológio Romano: Em Caramagnan no Piemonte, Beata Catarina Mattei, virgem, Irmã da Penitência de São Domingos, que suportou com caridade admirável e abundância de virtude a constante enfermidade, as calúnias dos homens e todas as tentações. A Beata Catarina de Racconigi foi uma viva cópia de Santa Catarina de Siena, a quem, por uma celeste visão, adotou como mestra. Catarina tinha quinze anos quando teve uma visão da Santíssima Virgem que tomando a mão da jovem a uniu a do Divino Redentor, dizendo: "Te dou por esposo meu Filho em fé, esperança e caridade”.
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Em outra visão, a Santíssima Virgem apresentou-se com o hábito dominicano, mandou que ela entrasse na Ordem Terceira, predizendo que em breve os irmãos abririam um convento em Racconigi. Jesus enriqueceu sua esposa com graças extraordinárias e um sem número de favores: imprimiu nela os santos estigmas, cingiu sua cabeça com uma coroa de espinhos. Jesus foi sempre sua única esperança no meio de dores, humilhações e calúnias de que foi objeto. Com suas palavras e suas orações conduziu inumeráveis almas a Deus. Se ofereceu como vítima para obter uma trégua nas contínuas guerras que assolavam sua pátria e foi escutada. * Catarina Mattei era filha do ferreiro Jorge Mattei e sua esposa Billia Ferrari, que já tinham tido cinco filhos do sexo masculino antes dela. A cidade em que nasceu, Racconigi, governada por um ramo primogênito dos Savóia, era importante na indústria de transformação. No campo, os bichos-da-seda eram obtidos a partir de casulos de seda, cujos filamentos eram então trabalhados na cidade. Entre os trabalhadores também estava Catarina Mattei, apreciada como tecelã. Parece que ela inicialmente se dirigiu a uma comunidade local dos Servitas para tentar a vida religiosa. Em 1509, aos 23 anos, começou a frequentar um pequeno convento dominicano (estabelecido por Claudio de Savoia, Senhor de Racconigi) colocado sob a direção espiritual de um ilustre pregador: o Pe. Domenico Onesti de Bra. Mas, em breve, em torno dela começam rumores. Conhecendo sua intensa vida de oração, alguns falam sobre fatos sobrenaturais que acompanhariam essas devoções, mal interpretando suas palavras. Outros falam sobre exibicionismo, ou pior. Então, em 1512, ela foi intimada a comparecer perante o Tribunal do Bispo em Turim. Catarina vai, escuta, responde e volta para sua cidade serena e tranquila. Em 1514, aos 28 anos, a Ordem Dominicana acolheu-a canonicamente como terciária em Racconigi: Cláudio de Savoia estava presente no rito. Ela estava cada vez mais em conformidade com a espiritualidade dominicana do tempo, com toda a sua tensão resultante da influência de Savonarola, a reforma interna da Igreja (Jerônimo Savonarola fora condenado à fogueira por heresia em Florença quando Catarina tinha 12 anos). A tudo isso se misturava o aditivo do conflito frequente entre Ordens religiosas, que juntas chegavam a dividir os fiéis e a preocupar os governantes. Resultado: em 1523, Catarina Mattei recebeu a ordem de deixar Racconigi: Bernardino I de Savoia, o sucessor de Cláudio, tratou-a como um perigo público. Ela se instalou na vizinha Caramagna, levando uma vida comum com outras duas terciárias. Por um momento, mesmo os dominicanos estavam proibidos de visitá-la. Entretanto, os pregadores falavam dela nas suas andanças pela Itália. Assim, sua fama também chegou a Mirandola, em Modena, a um ilustre personagem entre os leigos católicos envolvidos na reforma da Igreja: Conde Francisco Pico (sobrinho e biógrafo do famoso João Pico della Mirandola). O Conde Francisco Pico foi o homem que no Concílio de Latrão V (1512-17) apresentou ao Papa Leão X um plano de reforma dos costumes na Igreja. Ele também se interessou por Catarina, primeiro escrevendo e depois encontrando-se várias vezes com ela no Piemonte e em Emilia. Ele também escreveria uma biografia dela com foco nos fenômenos de "iluminação" sobre os quais ela falava com ele. Catarina morreu na casa de Caramagna. Mas seu corpo - como ela havia disposto - foi transferido para Garessio, pátria do dominicano Pedro Martire Morelli, que foi seu último confessor. Ele ainda hoje se encontra em Garessio, na Igreja da Assunção da Virgem Maria. Em sua cidade natal, Racconigi, vive e ainda opera a Irmandade da Beata Catarina, e anualmente sua memória é celebrada na igreja dedicada a ela. O Papa Pio VII, em 9 de abril de 1808, ratificou seu culto concedendo-lhe Missa e Ofício próprios.
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Em outra visão, a Santíssima Virgem apresentou-se com o hábito dominicano, mandou que ela entrasse na Ordem Terceira, predizendo que em breve os irmãos abririam um convento em Racconigi. Jesus enriqueceu sua esposa com graças extraordinárias e um sem número de favores: imprimiu nela os santos estigmas, cingiu sua cabeça com uma coroa de espinhos. Jesus foi sempre sua única esperança no meio de dores, humilhações e calúnias de que foi objeto. Com suas palavras e suas orações conduziu inumeráveis almas a Deus. Se ofereceu como vítima para obter uma trégua nas contínuas guerras que assolavam sua pátria e foi escutada. * Catarina Mattei era filha do ferreiro Jorge Mattei e sua esposa Billia Ferrari, que já tinham tido cinco filhos do sexo masculino antes dela. A cidade em que nasceu, Racconigi, governada por um ramo primogênito dos Savóia, era importante na indústria de transformação. No campo, os bichos-da-seda eram obtidos a partir de casulos de seda, cujos filamentos eram então trabalhados na cidade. Entre os trabalhadores também estava Catarina Mattei, apreciada como tecelã. Parece que ela inicialmente se dirigiu a uma comunidade local dos Servitas para tentar a vida religiosa. Em 1509, aos 23 anos, começou a frequentar um pequeno convento dominicano (estabelecido por Claudio de Savoia, Senhor de Racconigi) colocado sob a direção espiritual de um ilustre pregador: o Pe. Domenico Onesti de Bra. Mas, em breve, em torno dela começam rumores. Conhecendo sua intensa vida de oração, alguns falam sobre fatos sobrenaturais que acompanhariam essas devoções, mal interpretando suas palavras. Outros falam sobre exibicionismo, ou pior. Então, em 1512, ela foi intimada a comparecer perante o Tribunal do Bispo em Turim. Catarina vai, escuta, responde e volta para sua cidade serena e tranquila. Em 1514, aos 28 anos, a Ordem Dominicana acolheu-a canonicamente como terciária em Racconigi: Cláudio de Savoia estava presente no rito. Ela estava cada vez mais em conformidade com a espiritualidade dominicana do tempo, com toda a sua tensão resultante da influência de Savonarola, a reforma interna da Igreja (Jerônimo Savonarola fora condenado à fogueira por heresia em Florença quando Catarina tinha 12 anos). A tudo isso se misturava o aditivo do conflito frequente entre Ordens religiosas, que juntas chegavam a dividir os fiéis e a preocupar os governantes. Resultado: em 1523, Catarina Mattei recebeu a ordem de deixar Racconigi: Bernardino I de Savoia, o sucessor de Cláudio, tratou-a como um perigo público. Ela se instalou na vizinha Caramagna, levando uma vida comum com outras duas terciárias. Por um momento, mesmo os dominicanos estavam proibidos de visitá-la. Entretanto, os pregadores falavam dela nas suas andanças pela Itália. Assim, sua fama também chegou a Mirandola, em Modena, a um ilustre personagem entre os leigos católicos envolvidos na reforma da Igreja: Conde Francisco Pico (sobrinho e biógrafo do famoso João Pico della Mirandola). O Conde Francisco Pico foi o homem que no Concílio de Latrão V (1512-17) apresentou ao Papa Leão X um plano de reforma dos costumes na Igreja. Ele também se interessou por Catarina, primeiro escrevendo e depois encontrando-se várias vezes com ela no Piemonte e em Emilia. Ele também escreveria uma biografia dela com foco nos fenômenos de "iluminação" sobre os quais ela falava com ele. Catarina morreu na casa de Caramagna. Mas seu corpo - como ela havia disposto - foi transferido para Garessio, pátria do dominicano Pedro Martire Morelli, que foi seu último confessor. Ele ainda hoje se encontra em Garessio, na Igreja da Assunção da Virgem Maria. Em sua cidade natal, Racconigi, vive e ainda opera a Irmandade da Beata Catarina, e anualmente sua memória é celebrada na igreja dedicada a ela. O Papa Pio VII, em 9 de abril de 1808, ratificou seu culto concedendo-lhe Missa e Ofício próprios.
Fontes: ar.geocities.com/misa_tridentina01;
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