Jesus
morreu e ressuscitou para reconciliar o Universo com Deus e consigo mesmo. Cada
vez mais esta reconciliação está presente no mundo. Por isso o Salmo 66 canta:
“Que todas as nações vos glorifiquem e a face de Deus resplandeça sobre todos”.
Fizera a promessa de enviar o Espírito Santo para nos ensinar e recordar, isto
é, pôr em ação o evangelho. A primeira comunidade enfrentou um grave problema:
Os judeus convertidos à fé cristã queriam impor sobre os pagãos convertidos as
práticas e tradições judaicas e os preceitos das leis antigas. Paulo não
aceitava essa opinião. Havia uma grande perturbação na comunidade. Jesus nos
deu a paz e não a perturbação (Jo 14,27). Reuniram-se em Jerusalém, discutiram e deram a
resposta libertadora. Por isso decidiram, juntamente com o Espírito Santo, a
não impor nenhum peso aos pagãos convertidos, a não ser as coisas necessárias. Não
olharam a si próprios e seus gostos, como costumamos fazer, mas para o bem da
Igreja. A comunidade é uma morada. Nas leituras nós encontramos três moradas: A
morada de nosso coração, pois diz: “Aquele que me ama guardará minha palavra e
Nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23); A outra morada é a Igreja, novo
povo de Deus, que é iluminada e amparada pelo Espírito Santo, tendo os doze
apóstolos que são seus fundamentos (At 151ss); Morada também é a Jerusalém Celeste, a cidade santa,
cujos alicerces são os doze apóstolos. Deus é seu templo e o Cordeiro é sua luz
(Ap 21). Em
nossas comunidades temos a presença do Espírito Santo que ensina, anima e
santifica através dos sacramentos pascais, como as orações da liturgia de hoje
lembram. A fé é espiritual, mas se concretiza em pessoas que vivem juntas e
procuraram viver o amor de Jesus. Teremos muitas dificuldades, mas a solução
não está em ideologias, mas no Espírito Santo que nos recorda o que Jesus
ensinou. Deus veio fazer morada entre nós.
Vencedor da corrupção do pecado
A liturgia de hoje
celebra a Ressurreição mostrando seus principais resultados: “Destruindo a
morte, garantiu-nos a vida em plenitude” (prefácio). Ela não foi somente o fato de um
homem sair vivo da sepultura onde fora colocado morto, mas uma vitória sobre a
morte e sobre todo o tipo de mal. Vemos na primeira leitura como vence o mal da
perturbação e da divisão da comunidade. Por isso a paz que Jesus nos dá não
corresponde às expectativas do mundo. Na Roma pagã havia um altar chamado altar
da paz. Nele se comemorava a paz que havia no mundo. Isso depois de dominar e
levar sofrimento a tantos povos. Quanta dor e sangue devem ter corrido. A paz
de Jesus é o Shalom, isto é, a plenitude da riqueza de Deus. A morada de Deus é
a casa da paz.
Sacramentos pascais
Como
a Quaresma, a Páscoa é um grande sacramento no qual celebramos os sacramentos
fundamentais da vida cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia que nos colocam em
relação com Deus numa comunidade. O ensinamento de Jesus não leva ao
individualismo. A celebração nos anima a corresponder a esse Mistério. Nós o
fazemos através dos sacramentos do amor (Oferendas) que são frutos da Ressurreição.
São fonte da espiritualidade que constrói uma nova criação (prefácio). Eles infundem
em nossos corações a força da Eucaristia que é alimento salutar (Pós comunhão) que nos
dão uma vida de comunidade repleta do Shalom de Deus. Poderemos vencer as
divisões, confortados pelo Espírito Santo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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