Josué
convocou o povo e, numa solene assembléia, propôs que fizessem uma escolha
definitiva: ou servir ao Senhor ou aos deuses. Ele dá o exemplo e diz que, com
sua família, vai servir o Senhor. O povo faz a mesma opção (Js 24,15-18). Jesus
propõe o mesmo aos discípulos: “Vós também quereis ir embora?” Pedro responde:
“A quem iremos? Tu tens Palavras de Vida eterna. Nós cremos firmemente e
reconhecemos que és o Santo de Deus” (68). Rezamos na Pós-Comunhão: “Fazei agir em nós o Sacramento
de vosso amor, e transformai-nos de tal modo pela vossa graça, que em tudo
possamos agradar-vos”. É nossa opção de servir ao Senhor. O mistério da
Eucaristia realiza em nós uma transformação porque acreditamos em Jesus e
fizemos a opção por Ele. Jesus queria que os discípulos compreendessem, por
isso diz: “O Espírito é que da vida, a carne não adianta nada. As palavras que
vos falei são espírito e vida” (Jo 6,63.64). A condição
humana recusa comer sua carne e beber seu sangue, mas a fé nos faz ver que crer
é alimentar-se Dele. Nós o realizamos na comunhão eucarística recebendo seu
Corpo e seu Sangue. Pela fé, vemos neste sacramento, o Senhor que nos dá a Vida
Eterna. Somos colocados diante de uma escolha. Deus não obriga, propõe. A
dificuldade das pessoas é justamente fazer uma opção por Cristo. Assim suas
palavras se tornam duras porque exigem mudança de atitude. A liturgia nos
ensina: “Dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para
que na instabilidade deste mundo, fixemos nossos corações onde se encontram as
verdadeiras alegrias” (oração).
Como se trata de Vida é o Espírito que nos guia:
Como o Senhor é bom!
O
versículo do salmo nos coloca diante da razão da opção por Deus: “Provai e vede
quão suave é o Senhor” (Sl
34,8) Somente depois de provar o Senhor como sustento e vida é que se
pode fazer uma escolha segura e permanente. Somos convidados pelo salmo a
sempre bendizer a Deus... Minha alma se gloria no Senhor!”A opção por Cristo
pela fé é confirmada por Ele ao dar-se como alimento na Eucaristia que é o
memorial de sua Morte e Ressurreição, traz-nos a alegria do povo alimentado
pelo pão multiplicado. E pela fé superamos a crise que sofreram ao não perceber
o que Jesus dizia. Por isso Ele diz: “Isso vos escandaliza? E quando virdes o
Filho do Homem subindo para onde estava antes?” (61-62). Sua Ascensão ao Céu é mais chocante
para quem não tem fé do que comer sua carne. Acreditar Nele glorificado junto
do Pai será maior escândalo.
Matrimônio
em Deus.
Refletindo sobre a decisão por
Deus em Cristo entendemos o que S. Paulo diz sobre o matrimônio: “Grande é este
mistério, eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja” (Ef 5,32). O
matrimônio não é religioso só porque é feito na igreja, mas porque tem sua
existência a partir de sua relação com o Mistério de Cristo que se entregou por
nós, seu povo, sua Igreja. As virtudes do matrimônio nós as aprendemos deste
relacionamento místico existente em Cristo. Assim como fez, devemos fazer. Podemos
dizer que a escolha definitiva por Cristo se faz através do sacramento do
matrimônio que significa e realiza a graça redentora de Cristo. Matrimônio é
caminho de Salvação para os que são chamados a esta vida. Ser de Deus não
significa só rezar, mas viver o matrimônio no amor carnal e espiritual. Aí sim,
a oração e os meios espirituais tomam sentido.
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