PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Jesus
não é um passado
A
Ascensão de Jesus não marca um fim ou uma virada de página. Ele continua vivo e
presente, pois estamos unidos a Ele. Ele é a cabeça que atrai o seu corpo para
o Pai, vivificando-o por meio de seu Espírito. A Ascensão coloca-o no centro de
nossa vida e de nossa história. “Ele é o Pantocrator (Senhor de todas as
coisas), é a pedra angular que fora rejeitada pelos construtores. Ele é elevado
até junto do Pai, com o qual se torna, na sua humanidade vivificante, fonte do
rio da vida” (J.Corbon). Na Ascensão,
Cristo não desaparece, mas, pelo contrário, começa a mostrar-se e a vir. Por
isso os Anjos dizem: “Ele vai voltar do mesmo modo como vistes partir para o
Céu” (At 1,11). Ele está sempre vindo. Ele
levou os cativos, que somos nós, para o mundo novo da sua Ressurreição, e
derrama sobre os homens o “seus dons”, o seu Espírito (Ef. 4,7-10). Sua Ascensão é um movimento progressivo. Sua
ascensão é para que cheguemos ao estado de homem perfeito, à medida de Cristo
na sua plenitude (Ef. 4,13). O movimento
da Ascensão só ficará completo quando todos os membros do seu corpo estiverem
sido atraídos para o Pai e vivificados pelo Espírito. Ela é a energia pascal do
Cristo que enche o universo (Ef. 4,10). A
liturgia é o momento de sua vinda. Nos encontramos tudo isso na liturgia que é
feita em união com a liturgia celeste. Ele é sumo-sacerdote que continua a
presidir no templo da glória. Em Jesus há uma volta ao Pai em cada liturgia
celebrada. Celebramos a alegria do Pai ao ver o regresso do Filho amado da
parábola. Ele não volta só, mas volta na carne, trazendo os filhos de adoção. “Eis-me
aqui com os filhos que Deus me deu” (Hb 2,13).
Cada filho tem a face do Filho amado. O Pai se faz acolhimento de todos os
filhos. Partilhamos da liturgia eterna.
Riqueza
da Glória
A
liturgia da Ascensão leva-nos a conhecer a Cristo para que saibamos a esperança
que seu chamado nos dá, descobre-nos as riquezas da glória que está na herança
dos santos e o imenso poder que exerceu em favor dos que crêem. Essa riqueza
não é algo a buscar no futuro, mas a viver no presente, na sagrada liturgia na
qual estamos com Ele, o Sumo Sacerdote, glorificando o Pai. Houvera dia em que
pudéssemos celebrar com intensidade, não apegados a ritos, mas ao mistério que
nos é revelado em cada celebração. Cada uma abre-nos as portas do Céu, no qual
entramos com Cristo glorificado. Com o Espírito que nos é dado, podemos nos
alegrar com o Pai que vê seu Filho voltando com os filhos que adotou.
Por
que estais parados?
Recebemos
uma missão: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15). Se por um lado estamos com Ele na
glória, por outro lado estamos na história da qual é o condutor, pois é o
Senhor da História. Por mais que sejamos desconhecidos, Ele conduz o universo e
nos deixou com a missão de, com Ele, “colocar todos os seus inimigos debaixo de
seus pés” (ICor 15,26). O inimigo é toda
espécie de mal. O anúncio do Evangelho retirará do mundo o poder do mal e o
conduzirá a criar, já aqui na terra, “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1), com dores, mas com a esperança da
glória.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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