PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Recebei o Espírito Santo
Celebramos a solenidade de Pentecostes como coroamento
das celebrações pascais. É um belo momento para celebrar, conhecer melhor e
viver melhor a ação do Espírito Santo que nos foi dado, para levar a efeito em
nós e no mundo o fruto da Ressurreição. A força da Redenção não é uma riqueza a
ser procurada com sofrimento, mas um dom que é dado em abundância e acolhido
com alegria. No dia da Ressurreição, no início da noite, nova luz é acesa para
os assustados apóstolos. Ainda na dor da morte e do medo dos discípulos, Jesus
se põe no meio deles e faz a saudação da Paz total a todos. Mostra-lhes as mãos
e o lado para dizer que o Ressuscitado é o mesmo que foi crucificado. E lhes dá
o dom da missão: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo
20,21). A missão de Jesus
continua. Agora são os discípulos que irão anunciar as maravilhas da bondade de
Deus e sua misericórdia que acolhe a todos no seu amor. Ao soprar sobre eles,
faz novo o gesto de Deus que soprou sobre o primeiro homem, Adão, o hálito de
vida (Gn ,2,7). Jesus sopra
e abre ao homem a vida eterna e ele se torna homem espiritual. O novo povo de
Deus reúne gente de todos os povos. Não mais uma nação, mas todos são povo de
Deus. Todas as línguas são aptas para transmitir a mensagem do evangelho e as
maravilhas de Deus. O Espírito dá força para anunciar com fervor a verdade do
Senhor. A oração da Eucaristia da festa de Pentecostes reconhece que Deus
santifica, com a festa de hoje, a Igreja em todos os povos e nações. E pede que
realize agora no coração dos fiéis as maravilhas operadas no início da pregação
do Evangelho (oração). Há grandes sinais de presença do Espírito e tantos acontecimentos que
se sucedem. Ninguém pode se julgar dono do Espírito Santo e menos ainda,
excluir que o Espírito sopre o que quer, onde quer e como quer (Jo
3,8). É necessário coragem e
ousadia para acolher novos dons para o bem do mundo.
Espírito Santo reina na comunidade
Vivemos os últimos tempos que são os tempos
do Espírito Santo. No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas
(Gn 1,2). No início da
nova criação o Espírito de Deus penetra o coração dos fiéis. Todos formamos um
só corpo e bebemos de um mesmo Espírito (1Cor 12,13). Não recebemos Espírito para proveito
nosso, mas para usar os dons para o bem de todo o corpo. Há diversidade de
dons, de ministérios e de atividades. Somos muitos membros, mas formamos um só
corpo. “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (7). A pastoral das comunidades é um campo bem
amplo para o uso dos dons e carismas do Espírito Santo. É certo que é
necessário o discernimento da Igreja. Por outro lado há necessidade de os dons
serem acolhidos, promovidos e desenvolvidos para o bem de todos. O primeiro
discernimento é a dimensão da caridade que orienta os dons.
Eucaristia no Espírito
Nesses últimos
tempos realizou-se uma volta ao Espírito, esquecido pelos fiéis. A Igreja
sempre invocou o Espírito Santo sobre os fiéis, sobretudo na Eucaristia. Em
cada missa Ele é invocado para que o pão e o vinho se tornem Corpo de Cristo. E
reza com o mesmo tom: que o Espírito faça de nós Corpo de Cristo. Este é o
maior dom e o maior compromisso. Os outros dons são serviços. O Espírito como
dom é Vida. Há uma tentativa de reduzir o Espírito a um dom pessoal, como se
Ele fosse uma graça como as outras. Ele é o doador de todos os dons. Ele é o
Dom. A Eucaristia nos desvenda a ação do Espírito.
Leituras: Atos 2,1-11; Salmo
103; 1ª Coríntios 12,3b-7.12-13;
João 20,19-23.
Ficha nº 1544 - Homilia de Pentecostes (15.05.16)
1. A força da redenção é um dom a ser acolhido.
Com o Espírito nos é dado o dom da missão. Ele nos dá força para anunciar. Há
grandes sinais da presença do Espírito nos acontecimentos.
2. Recebemos
o Espírito como Dom que nos dá os dons para o proveito do povo de Deus. Ninguém
é dono do Espírito.
3. Em
cada Eucaristia nos é dado o Espírito para formamos o Corpo de Cristo. Nela nos
é desvendada a ação do Espírito Santo.
Agora é a vez Dele.
Celebrando
a festa de Pentecostes professamos nossa fé na Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá Vida e procede do Pai e do
Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos
profetas”. Professamos Três Pessoas em um só Deus. Há vários símbolos para
explicar a ação do Espírito Santo: A pomba, o vento, o fogo, a água.
O Espírito distribui os dons que são
infinitos. Conhecemos os sete dons que são a síntese de todos os dons. Sempre
há dons novos que são distribuídos com largueza.
É a vez do Espírito. As Três Pessoas
sempre agem juntas, mas são atribuídas funções particulares: O Pai é o Criador,
o Filho é o Salvador, e o Espírito é o Santificador, isto é, coloca-nos em
relacionamento com a santidade da Trindade e com as pessoas.
Os dons que recebemos não são para o
prazer espiritual pessoal, mas para serviço. Se não sirvo com esses dons, não
são do Espírito.
A ação do Espírito renova toda a
terra. O mundo espera a ação do Espírito. Se fôssemos mais atentos a sua ação,
o mundo seria melhor.
O
Espírito foi dado por Jesus no dia da Ressurreição para a remissão dos pecados.
Não se trata de uma confissãozinha, mas da reconciliação do mundo com Deus e
entre si.https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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