Evangelho segundo S. João 14,15-16.23b-26.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus
mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar
sempre convosco. Quem Me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará;
Nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda
a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e
vos recordará tudo o que Eu vos disse.
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja-Sermão 155
Pentecostes, o coroamento da Páscoa
O povo judeu celebrava a Páscoa, como
sabeis, com a imolação de um cordeiro, que depois comia com pães ázimos. Esta
imolação do cordeiro prefigurava a imolação de Jesus Cristo, e os pães ázimos, a
vida nova purificada do velho fermento. [...] E, cinquenta dias depois da
Páscoa, este mesmo povo festejava o momento em que Deus lhe dera, sobre o Monte
Sinai, a Lei escrita com sua mão, com seu dedo. À figura da Páscoa sucede a
Páscoa em plenitude (1Cor 5,7): Jesus Cristo foi imolado e fez-nos passar da
morte à vida. A palavra Páscoa significa «passagem», e é isso que o evangelista
exprime ao dizer: «Chegada a hora em que Jesus havia de passar deste mundo para
o Pai...» (Jo 13,1) [...]
Cinquenta dias depois, o Espírito Santo, «o
dedo de Deus» (Lc 11,20), desce sobre os discípulos. Mas vede que diferença de
circunstâncias em relação ao Sinai. Lá, o povo mantinha-se ao longe, dominado
pelo temor e não pelo amor. [...] Pelo contrário, quando o Espírito Santo
desceu, os discípulos estavam todos reunidos num mesmo lugar, e o Espírito,
longe de os atemorizar do alto da montanha, entra na casa onde eles estavam
reunidos.
«Viram», diz a Escritura, «umas línguas, à maneira de fogo,
que se iam dividindo». Tratar-se-ai de um fogo que semeava o temor? De maneira
nenhuma! Essas línguas de fogo poisaram sobre cada um deles e eles começaram a
falar diversas línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.
Escutai as línguas que eles falam e compreendei que é o Espírito quem escreve,
não sobre a pedra, mas nos corações (2Cor 3,3). Assim, pois, a lei do Espírito
de vida, escrita no coração e não sobre a pedra, a lei do Espírito de vida,
digo, está em Jesus em quem a Páscoa foi celebrada na plenitude da verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário