Evangelho segundo S. João 16,23b-28.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: Tudo o
que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. Até agora não pedistes nada
em meu nome: pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Tenho-vos dito tudo isto em parábolas mas vai chegar a hora em que não vos
falarei mais em parábolas: falar-vos-ei claramente do Pai. Nesse dia
pedireis em meu nome; e não vos digo que rogarei por vós ao Pai, pois o
próprio Pai vos ama, porque vós Me amastes e acreditastes que Eu saí de Deus. Saí de Deus e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e vou para o Pai».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
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Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c.
215), teólogo
«Stromata» 7,7
«Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja
completa.»
É nosso dever venerar e honrar Aquele que
acreditamos ser o Verbo, nosso Salvador e nosso Senhor, e, por Ele, o Pai, não
em certos dias especiais (tal como outros fazem) mas continuamente, durante toda
a nossa vida e de todas as formas. «Sete vezes por dia cantei o teu louvor» (Sl
118,164), exclama o povo eleito. [...] Por isso, não é num lugar determinado,
nem num templo escolhido, nem em certas festas ou em certos dias fixos, mas é
durante toda a vida e em toda a parte que o homem verdadeiramente espiritual
honra a Deus, isto é, dá graças por conhecer a verdadeira vida.
A
presença do homem de bem, pelo respeito que inspira, torna sempre melhor quem
com ele convive. Quanto mais aquele que está continuamente na presença de Deus,
pelo conhecimento, pela maneira de viver e pela acção de graças, se irá tornando
cada dia melhor em tudo: acções, palavras e disposições! [...] Vivendo, pois,
toda a nossa vida como uma festa, na certeza de que Deus está totalmente
presente em toda a parte, trabalhamos cantando, navegamos ao som de hinos e
comportamo-nos à maneira dos «cidadãos do céu» (Fl 3,20).
A oração é,
ouso dizê-lo, uma conversa íntima com Deus. Mesmo quando murmuramos suavemente,
mesmo quando, sem mexer os lábios, falamos em silêncio, estamos a gritar
interiormente. E Deus volta constantemente o seu ouvido para esta voz interior.
[...] Sim, o homem verdadeiramente espiritual ora durante toda a sua vida,
porque orar é para ele um esforço de união com Deus, e rejeita tudo o que é
inútil porque atingiu aquele estado em que já recebeu, de certa maneira, a
perfeição, que consiste em agir por amor. [...] Toda a sua vida é uma liturgia
sagrada.
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