quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Maria é seu nome”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Um grande sinal apareceu no céu
            Maria é o grande sinal espiritual de Deus para o povo. Em sua Assunção, reconhecemos a revelação da realização do plano de Deus para a humanidade. É um privilégio de Maria, mas é uma realização para todo o povo de Deus. O texto do Apocalipse, capítulo 12, refere-se não diretamente a Maria, mas à Igreja vitoriosa e à comunidade perseguida pelo dragão que são as forças demoníacas que perseguem os filhos recém-nascidos. A Igreja aplica esse texto a Maria, a nova Eva. Ela é também perseguida, no momento atual, por aquele dragão que quer destronar o Filho. Não alcançando o Filho, persegue a Mãe. O ódio de tantos contra Maria é uma expressão completa desse texto. Mas, o que vale para o povo de Deus é sua poderosa presença no mistério de Cristo. Como Maria, a Igreja também está cheia do Espírito Santo e o leva a todos os fiéis, como a Isabel. Maria traz consigo Jesus que dá sua vida a todos aqueles que o encontram. João Batista saltou de alegria no seio de Isabel. Isabel faz a bela profissão de fé na presença de Deus no seio de Maria: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor (Deus) venha me visitar? (Lc 1,43). Ela é a nova arca da Aliança que leva em seu seio o Filho de Deus. Por isso, pode ser proclamada bem-aventurada. O grande mérito de Maria é ter acreditado: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Serão cumpridas nela, para todo o povo, as promessas de Deus.  Maria se torna modelo do povo de Deus, ao acreditar na Palavra, pois disse: “Faça-se em mim, segundo a Tua Palavra” (Lc 1,38). Não é impossível a Deus que a Palavra se realize também nos filhos que ela gerou ao pé da Cruz. Maria é “serva do Senhor”, pois continua a serviço do povo de Deus, solidária com sua aventura divina.  Com tantos nomes, ela se identifica com o povo que a ama, mudando nome, cor, formato e vestimenta para ser em tudo igual a seus irmãos e filhos.
Derrubou os poderosos
            A presença de Maria no povo de Deus tem também uma dimensão política, no sentido sadio da palavra. O que significaria para nós, no dia da Assunção, pensar na derrubada dos poderosos? Há muitos males no mundo que são gerados por três poderosos que se chamam a ganância do ter, a sede do poder e a fome do prazer. Esse três ídolos mandam no mundo, e mesmo dentro da Igreja, nos lugares sagrados. E, às vezes, atribuídos ao Espírito Santo. A atitude de Maria de se colocar como serva, de ter em Deus sua riqueza (o Poderoso fez em mim grandes coisas) e nEle sua alegria e prazer de viver, constitui esta vitória. Certamente os possuidores desses males caem juntos com a conversão. A elevação dos humildes não os transforma em outros poderosos. Não é mudança de donos. Os humildes têm o poder de amar e servir, como Maria o fez.
Lembrado de sua misericórdia
            O Evangelho de Maria está em Lucas 1,64: “Socorreu a Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”. Sintetiza assim todo o Evangelho, pois Jesus veio para mostrar o misericordioso amor de Deus. Essas palavras colocam-nos no núcleo do Evangelho. Por isso podemos ter confiança em seu poder de intercessão pelo povo de Deus que reza: “Rogai por nós pecadores”. Elevada aos Céus, ela intercede pelo povo e o estimula a viver o mesmo dom, para chegarem todos à ressurreição. 

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